O presidente do Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP), Dimas Ramalho, confirmou que quem assumir a Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) até o fim deste mês, devido à prisão da prefeita Dárcy Vera (PSD), será responsabilizado pelas contas do governo em 2016. Essa foi a principal justificativa apresentada pelo vice-prefeito, Marinho Sampaio (PMDB), para renunciar ao cargo na terça-feira. Sampaio disse que, na hipótese de as contas serem reprovadas pelo TCE-SP e o parecer for aprovado pela Câmara Municipal, pode ficar inelegível.
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Combate à corrupção 'é evolução do processo civilizatório', diz JanotFundação FHC debate pacote anticorrupçãoEx-mulher de Cabral recebeu 13 vezes dinheiro de corrupção, diz denúnciaAtualmente, o Executivo é ocupado pelo secretário de Governo, Marcus Vinícius Berzoti, que só tem poder administrativo, segundo estabelece a Lei Orgânica do Município. Isso significa que Berzoti não pode sancionar leis, editar decretos e portarias. Com a cadeira de prefeito vaga, o orçamento de 2017 também não pode ser sancionado, após ser votado na Câmara. Isso significa que o próximo prefeito, Duarte Nogueira (PSDB), pode começar o mandato em janeiro impedido de fazer gastos ou pagamentos.
BATATA QUENTE Após a renúncia do vice-prefeito, Marinho Sampaio, quem deveria assumir a prefeitura é o presidente da Câmara, Walter Gomes (PTB).
O presidente do TCE-SP explicou que quem assumir o comando da Prefeitura de Ribeirão não responderá pelos atos da prefeita Dárcy Vera, mas compartilha a responsabilidade pelas contas anuais do governo. “Se o prefeito assumir por um dia sequer, dois dias, uma semana, 15 dias, ele responderá também pelas contas anuais da prefeitura. Portanto, se as contas amanhã sofrerem o parecer pela reprovação, quem assumir responderá pela reprovação”.
Entretanto, Ramalho destacou que, mesmo que o TCE-SP reprove as contas públicas, caberá à Câmara Municipal responsabilizar o gestor. Neste momento, o ocupante deverá apresentar sua defesa diante da situação. “Sugiro a quem assumir deixar bem claro, delimitado no tempo, que atos praticou, e que providências tomou durante o período em que exerceu o mandato de prefeito”, disse.
A prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera (PSD) foi presa e afastada na última sexta-feira, na segunda fase da Operação Sevandija, por chefiar um desvio de R$ 45 milhões em pagamento de propina na prefeitura.
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