Um dia após o Ministério Público Federal oferecer denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o peemedebista voltou a defender nesta terça-feira a aprovação do projeto de lei que trata do abuso de autoridade no plenário da Casa. Em entrevista à imprensa, após reunião com líderes das bancadas, Renan lembrou que o tema está na pauta de hoje.
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Depois de 'doar' R$ 800 mil a Renan, empreiteira recebeu R$ 200 milhõesRenan ignora sessão de homenagem a Arraes para continuar votação da PEC do tetoJanot sugeriu a Maia nova lei de abuso de autoridade, afirmam parlamentaresSenado rejeita votar projeto de abuso de autoridade e impõe derrota a Renan Renan articula votação da lei de abuso de autoridade"Essa denúncia de ontem é risível, ridícula, não há nem sequer acusador. Eles não têm o que me contestar com prova, nem na minha vida pública nem privada. Estou sob devassa há nove anos. Não tenho o que temer", disse.
Renan ressaltou ainda que a colocação do projeto de abuso de autoridade na pauta do plenário não era uma retaliação e lembrou que ela foi incluída no calendário semanas antes, após acordo entre os líderes.
"Abuso de autoridade não foi pautado hoje.
Após reunião com Renan, alguns líderes ressaltaram que há na Casa um sentimento de revolta em razão do vazamento da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que atingiu diversos integrantes da cúpula do Senado e do governo.
O tema também foi alvo de críticas de Renan. "O Ministério Público se perdeu na condução política. Quando você tem Ministério Público fazendo política, ele perde a condição de ser fiscal da lei", disse o peemedebista.
Em seguida, ele citou o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava Jato. "Quando o juiz Sergio Moro esteve aqui, perguntei se o artigo que ele escreveu há 12 anos, se ele mantinha aqueles pontos de vista, um deles dizia que era preciso vazar delação para a imprensa amiga para minar a credibilidade do sistema político. Neste patamar, é muito difícil priorizar a democracia, robustecê-la, fortalecê-la, e esse tem sido o papel do Senado".
Renan criticou novamente a decisão monocrática do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de afastá-lo da presidência por ter se tornado réu na Corte, na semana passada.