A prorrogação por um ano do mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na presidência do partido evita disputas internas no ano de 2017, que será "complicado". A avaliação foi feita pelo próprio Aécio, após a reunião.
"É uma decisão provocada por 22 diretórios estaduais. Na verdade, seguindo quase que uma tradição dentro do PSDB, que é a prorrogação por mais um ano dos mandatos da direção do partido", disse. "É algo absolutamente convergente e que vem retirar da pauta, da agenda de 2017, ano que sabemos que será extremamente complicado, qualquer tipo de disputa e desentendimento dentro do partido."
Ele próprio comandou a reunião que prorrogou seu mandato. A reunião, realizada na sede da legenda em Brasília, foi comandada pelo próprio senador. A decisão também contou com a consentimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que enviou carta à Executiva.
Inicialmente estava previsto que Aécio deixaria o cargo em maio de 2017, quando deveria ocorrer uma reunião do diretório nacional para a escolha da nova cúpula do PSDB. Com a decisão de hoje, além de Aécio, todos os integrantes da Executiva Nacional, dos diretórios estaduais e municipais poderão ficar nas respectivas cadeiras, até maio de 2018, ano em que ocorrerá novas eleições gerais.
A extensão do mandato consta no estatuto da legenda que prevê, após vencidos os dois primeiros anos, a prorrogação por mais um. Essa não será a primeira vez que um tucano terá a permanência no comando da legenda prorrogada. De 1991 para cá, também recorreram ao estatuto para se manter no cargo os atuais senadores José Anibal (SP) e Tasso Jereissati (CE), o ex-governador Teotonio Vilela Filho e Sérgio Guerra, falecido em 2014.
Com a decisão desta quinta, a escolha da nova cúpula do PSDB deverá ocorrer apenas cinco meses antes da próxima disputa presidencial de 2018. Apesar do calendário apertado, Aécio minimizou qualquer possibilidade de um racha nos meses que antecedem a próxima eleição. "Por mais que haja uma torcida por divisões, nós em todas as eleições presidenciais, sem exceção, caminhamos juntos. Não houve sequer disputa em convenção. Não acredito que isso ocorrerá. A partir do ano de 2017, acho que vai amadurecer dentro do PSDB o sentimento de quem é aquele companheiro que tem as melhores condições de disputar e vencer as eleições", ressaltou senador.