O juiz Sérgio Moro determinou nesta sexta-feira, que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja transferido para o Complexo Médico Penal de Pinhais, presídio estadual que tem recebido os réus da Lava-Jato. A decisão acata a manifestação da Polícia Federal e da força-tarefa da Lava-Jato pela saída do peemedebista da carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
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Delator da Odebrecht cita reunião com Temer e CunhaMoro marca interrogatório de Eduardo Cunha para fevereiroTemer diz a Moro que não sabe de negócios de Cunha na PetrobrasAdvogado que visitou Cunha repassou 'impressões' a subchefe da Casa CivilDefesa pede ao STF que suspenda transferência de Cunha para presídio em PinhaisMoro solta ex-tesoureiro do PT que confessou dinheiro por fora nas eleiçõesNo mesmo pedido, a PF também solicitou a transferência do ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu e do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro. Nestes dois casos, porém, Moro entendeu que eles devem permanecer na Polícia Federal
O ex-deputado, responsável por aceitar a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, está detido na carceragem da PF desde o dia 19 de outubro. Ao mandar prendê-lo, o juiz da Lava-Jato entendeu haver "risco para a instrução do processo e para a ordem pública", caso Cunha permanecesse em liberdade.
"Em que pesem os relevantes argumentos das defesas, o fato é que o espaço físico da carceragem da Polícia Federal é limitado e destina-se precipuamente a ser local de passagem e não de cumprimento de penas ou mesmos recolhimento em prisão cautelar, salvo raras exceções", segue Moro no despacho.
Agora ele seguirá para o presídio estadual onde estão outros réus da Lava-Jato.
Na ação penal na qual é réu em Curitiba, ex-presidente da Câmara é acusado de ter exigido e recebido, entre 2010 e 2011, no exercício de sua função como parlamentar e em razão dela, propina relacionada à aquisição, pela Petrobras de um campo de petróleo em Benin, na África.
Cunha é formalmente acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam recebido propina do esquema na Petrobras.
A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal em junho. O processo foi remetido para a primeira instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava-Jato.
João Cláudio Genu foi condenado a oito anos e oito meses de prisão por corrupção e associação criminosa. O magistrado absolveu Genu pelo crime de lavagem de dinheiro. A sentença aponta que o ex-assessor do PP, preso desde maio deste ano, teria recebido R$ 3 milhões em propina do esquema de corrupção instalado na Petrobras, mesmo enquanto era julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Mensalão..