Seis vereadores eleitos em Frutal, no Triângulo Mineiro, foram presos nesssa durante Operação Déja vu, da Polícia Civil. Entre os parlamentares presos, três já ocupavam cadeiras na Câmara Municipal e os outros três passariam a ocupar as vagas a partir de janeiro. Eles são suspeitos de compra e venda de apoio político para as eleições de Mesa Diretora da Câmara para o biênio 2017 e 2018. Outro vereador eleito está foragido desde a madrugada.
“Na eleição passada, o Ministério Público descobriu um esquema de compra de apoio político e de votos. A denúncia contra dois envolvidos foi apresentada na semana passada, por crime de corrupção passiva. O nome da nova operação é referência ao esquema que já tinha ocorrido, o que ficou conhecido no passado como ‘mensalinho de Frutal’, e se repetia agora para a próxima eleição da Mesa”, explica o delegado regional Cezar Felipe Colombari da Silva.
Foram presos preventivamente os vereadores Romero Menezes (PRTB), Ricardo da Silva (PTdoB), conhecido como Mazzarope, e Joab de Paula Alves (PROS). Segundo o delegado, dois parlamentares já foram ouvidos e confessaram a participação no esquema, que envolveu repasse de dinheiro em troca de apoio na eleição da Câmara.
Outros acusados serão ouvidos pelos investigadores na próxima semana. Os presos foram submetidos a exames médicos no Instituto Médico-Legal (IML) e depois encaminhados para o presídio de Frutal. A Justiça determinou o afastamento dos vereadores presos de suas funções.
Segundo o delegado Fabio Ruz Borges, dois vereadores foram presos pela prática de crimes de corrupção ativa e quatro por crimes de corrupção passiva. Os detidos podem ainda ser indiciados por crimes de associação ou organização criminosa.
A cidade do Triângulo, com 58 mil habitantes, tem sido presença constante em denúncias de desvios de verbas públicas nos últimos anos. Em maio, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Frutal, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Uberaba (Gaeco) e de promotores da Justiça, desencadearam a operação Aequalis, que apurou desvios de verbas para a construção de um centro de pesquisa de recursos hídricos na região. Entre os presos estava o ex-secretário de Ciência e Tecnologia e ex-presidente estadual do PSDB Nárcio Rodrigues.