A defesa de Dilma Rousseff quer que o Ministério Público Federal investigue o empreiteiro Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez.
O advogado de Dilma, Flavio Caetano, pediu que a Procuradoria-Geral Eleitoral apure se ele prestou falso testemunho ao Tribunal Superior Eleitoral, e solicitou que a Procuradoria-Geral da República avalie se ele "imputou falsamente infração penal a quem sabia ser inocente".
"O requerimento tem como fundamento a afirmação falsa feita por Sr. Otavio Azevedo em seu 1º depoimento ao TSE, de forma enfática, de que a Andrade Gutierrez teria realizado doação de origem irregular de 1 milhão de reais à chapa Dilma-Temer nas últimas eleições. Após ser confrontado com documentos que demonstravam a regularidade da doação, inclusive com depósito da Andrade Gutierrez ao PMDB e cheque nominal à conta do candidato a Vice Michel Temer, o Sr. Otávio Azevedo modificou seu depoimento anterior e reconheceu a regularidade da doação eleitoral à chapa Dilma-Temer", diz Flavio Crocce Caetano, advogado de Dilma Rousseff.
Doação ilegal
Nesta segunda-feira, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informou que uma dentre as delações da Odebrecht aponta pagamento de dinheiro de caixa 2 à chapa da presidente cassada Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer, na campanha presidencial em 2012.
A informação é de que, em pelo menos um depoimento, a Odebrecht descreve uma doação ilegal de cerca de R$ 30 milhões para a coligação "Com a Força do Povo", que reelegeu Dilma e Temer em outubro de 2014. O valor representa cerca de 10% do total arrecadado oficialmente pela campanha.
Processo
O Tribunal Superior Eleitoral avalia se houve abuso de poder econômico e político na campanha. O processo, de relatoria do ministro do TSE Herman Benjamin, pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) já informou ao TSE que encontrou "fortes traços de fraude e desvio de recursos" ao analisar as informações colhidas com a quebra do sigilo bancário das gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, contratadas pela chapa Dilma/Temer.
Defesa
A defesa de Otávio Azevedo informou que, de forma alguma, houve falso testemunho e que todos os esclarecimentos e documentos respectivos já foram devidamente apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral e à Procuradoria Geral da República.