Brasília - Em encontro com senadores e deputados federais, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que irá pedir a retirada do sigilo das delações realizadas pelos executivos e ex-executivos da Odebrecht, após o conteúdo ser homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavaski.
O ministro é relator dos processos que tramitam no STF no âmbito da Lava-Jato e caberá a ele dar prosseguimento ou não nos pedidos de investigações. A decisão do ministro deve ocorrer no próximo mês de fevereiro, após o fim do recesso.
Leia Mais
Marcelo Odebrecht é o único preso dos 77 delatoresDelações da Odebrecht chegam ao STFOdebrecht delata caixa 2 para a chapa Dilma-TemerForça-tarefa termina de ouvir os 77 executivos da Odebrecht na Lava-JatoRolls-Royce vai devolver à Petrobras lucro sobre contratos com propinaOdebrecht fecha acordo de leniência com EUA e SuíçaApós delação, Moro manda soltar dois executivos da OdebrechtJanot diz que visita a Rodrigo Maia foi 'de cortesia'O encontro ocorreu três dias antes de Janot entregar nesta segunda-feira, 19, os documentos dos acordos de delação premiada de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Os relatos, por escrito ou em vídeo, recolhidos na semana passada, foram armazenados na sala-cofre do STF e estão à disposição do ministro Teori Zavascki.
"Fomos ao Janot na última semana para tratar de temas do Espírito Santos e ele disse que ao mesmo tempo que as delações forem homologadas, a intenção dele é pedir para que seja retirado o sigilo de tudo, que tudo venha a público. Vamos viver o mês de fevereiro e março sob os auspícios do que vem por ai", afirmou o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). "Ele disse que vai pedir a retirada do sigilo. Demonstrou muita confiança e disse que entregaria hoje as delações da Odebrecht", ressaltou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), também presente no encontro.
A intenção de Janot ocorre após vir a público a delação do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, que atingiu integrantes da cúpula do Executivo, entre eles o próprio presidente da República e vários ministros de seu partido, o PMDB, e do Legislativo. O vazamento levou o presidente Michel Temer a encaminhar uma carta ao procurador-geral.