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Estado de Minas

Meirelles não descarta pedir que Temer vete renegociação de dívida dos Estados

Equipe econômica já avisou que não vai aprovar planos de recuperação judicial na base de "me engana que eu gosto". O plano terá que atender as exigências do governo


postado em 21/12/2016 08:37 / atualizado em 21/12/2016 09:42

O ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o presidente Michel Temer durante reunião com Líderes da Base Aliada na Câmara e no Senado(foto: Beto Barata/PR )
O ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o presidente Michel Temer durante reunião com Líderes da Base Aliada na Câmara e no Senado (foto: Beto Barata/PR )

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não descartou orientar o presidente Michel Temer vetar algum ponto do projeto do Regime de Recuperação Fiscal, desenhado para Estados em calamidade financeira, aprovado nessa terça-feira, 20, pelos deputados.

“É uma prerrogativa do governo, mas ainda nem recebemos o texto, temos que analisar isso com lupa”, afirmou em evento promovido pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná, em Curitiba.

Da forma como foi aprovado na Câmara, o pedido de recuperação fiscal de Estado que decretar calamidade financeira vai demorar mais tempo para ser aprovado pelo Ministério da Fazenda. A equipe econômica já avisou que não vai aprovar planos de recuperação judicial na base de “me engana que eu gosto”. O plano terá que atender as exigências do governo.

Sem as contrapartidas previstas na lei, a aprovação da recuperação deixará de ser automática e a equipe do Tesouro terá que levar mais tempo para analisar em detalhes os planos de recuperação a ser apresentado pelos Estados do Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

“É igual a um processo de recuperação judicial que uma empresa faz com um juiz. A empresa tem que levar um plano que convença o juiz de que executando ele a empresa ficará viável”, disse um integrante da equipe econômica.

Para a Fazenda, a Câmara dos Deputados tomou “aparentemente” a decisão mais fácil ao retirar as contrapartidas, mas acabou retardando as negociações com prejuízos para a recuperação dos próprios Estados. Isso porque a lei aprovada manteve o poder do Ministério da Fazenda de dar a recomendação favorável para o Estado entrar no Regime de Recuperação Fiscal. Esse regime procura espelhar o que acontece com a recuperação judicial das empresas. Os deputados também mantiveram a prerrogativa do presidente da República de homologar ou não a recuperação.

“Sem o plano de recuperação, a Fazenda não vai aprovar”, disse a fonte da equipe econômica. Ela acrescentou que teria sido muito melhor manter as contrapartidas.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avisou o governador do Rio de Janeiro, Luiz Pezão, que sem as contrapartidas o plano vai demorar mais para ser aprovado.

A pressão política é vista pela equipe econômica com naturalidade, mas a avaliação é de que o efeito de aprovar uma recuperação que seja inútil seria um desastre, comprometendo a recuperação da economia brasileira. “Se tivesse tudo na lei, seria melhor, inclusive para o Rio”, ressaltou a fonte. 


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