Jornal Estado de Minas

Otimista, Marcio Lacerda diz que Kalil poderá manter salários em dia, inclusive com reajuste


Encontrar caminhos para aumentar a arrecadação dos cofres públicos é, na avaliação do prefeito Marcio Lacerda (PSB), o maior desafio que Belo Horizonte terá, pelo menos no próximo ano, quando o atual chefe do executivo já não estará mais à frente da prefeitura. Lacerda, que em uma semana entrega o cargo ao prefeito eleito Alexandre Kalil (PHS), disse ontem no almoço especial de Natal do Restaurante Popular, que deixa “as contas em ordem”, mas que a queda na economia ainda é “um desafio sério”.

Com o atual cenário financeiro na PBH, Lacerda diz em tom otimista que é “possível manter a folha de pagamento em dia, inclusive com algum reajuste. Também manter a saúde e a educação funcionando com qualidade”, disse. O prefeito garantiu ainda que há vários termos de financiamento de obras já em andamento e outros encaminhados para serem assinados no próximo ano. “Então é possível manter Belo Horizonte com boa qualidade de vida”. E lembrou ainda da necessidade da cidade, como polo metropolitano de ser solidário com os demais municípios da Grande BH, que tem dificuldades. “E torcer para que a economia volte a crescer”, completou.

Sobre o problema dos alagamentos, um dos maiores que a capital tem enfrentado nos últimos dias em decorrência do período chuvoso, o prefeito assumiu a incapacidade da prefeitura de ter conseguido uma solução definitiva. Desde o início da temporada chuvosa, uma pessoa morreu e outra está desaparecida por causa de enxurradas.

No último dia 13, duas irmãs foram levadas pela força da água quando estavam a caminho da escola, no Bairro Jardim Felicidade, Região Norte da capital. Elas ficaram presas embaixo de um carro, submersas na água. Uma das meninas, Bianca Cristina de Oliveira, de 11 anos, faleceu por consequência de várias paradas cardiorrespiratórias. A irmã, Luma Carolina de Oliveira, de 10, foi internada no Hospital Risoleta Neves, em estado grave. A segunda vítima da chuva que permanece desaparecida é o motorista de ônibus Wanderley Silva de Freitas, de 45 anos, que caiu em um córrego no Bairro Tirol, Região do Barreiro, no fim de setembro.

CANDIDATURA Em tom de incerteza, Marcio Lacerda não revelou quais são os próximos passos de sua trajetória política e preferiu, como em entrevistas anteriores, deixar o rumo de uma futura candidatura a cargo de alianças políticas que vierem a se formar. “Ainda falta muito tempo para 2018. A prioridade do país é fazer a economia voltar a crescer...
E no meu caso, pessoalmente, não sei o que vou fazer em 2018. Posso me candidatar a governador, a senador, não sei. Depende da articulação política e quais apoios serão possíveis contrair. Se serei, digamos, convidado pelas correntes de opinião para isso”, afirmou. Lacerda destacou ainda que diante do momento de crise que o país enfrenta, “é necessário que os políticos não permitam que as disputas prévias a 2018 prejudiquem a recuperação da economia”.

O prefeito ainda negou que houvesse alguma aproximação, para articulação política em 2018, entre ele e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), um dos nomes mais cotados para a próxima disputa presidencial. Nos últimos meses, o tucano paulista vem adotando uma posição cada vez mais independente em relação ao Palácio do Planalto e ao próprio PSDB. Nos bastidores, especulações dão conta de que uma possível ida para o PSB seria o plano B de Alckmin, caso o PSDB feche as portas para ele na disputa presidencial.

Apesar do estreitamento de laços em São Paulo, Lacerda nega que o mesmo esteja ocorrendo em Minas. “Essa aproximação do governador Alckmin com PSB de Minas foi uma informação lançada, uma especulação.
Mas não aconteceu de fato, não é verdade. Tenho tido contatos com ele em função da minha militância na Frente Nacional de Prefeitos e porque muitos dos projetos que interessam aos prefeitos interessam também aos governadores”, garantiu.

Hoje, o prefeito inaugura em Venda Nova um centro de reabilitação para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). E comemora a entrega de mais serviço. “Reabilitação é necessária porque a pessoa com deficiência precisa de atendimento multidisciplinar, em locais com estrutura e equipamentos adequados e o centro é um equipamento onde se reúnem diversas especialidades de saúde e equipamentos adequados para quem precisa.”.