O ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira não chegou a exercer cargo eletivo em Diamantina, cidade natal que deixou ainda na juventude para estudar medicina em Belo Horizonte. Passados 40 anos da morte de JK (ocorrida em um acidente de carro na Via Dutra, em 22 de agosto de 1976), Diamantina passa a ser administrada por outro Juscelino, batizado em homenagem ao filho mais ilustre da cidade.
Neste domingo (1º), toma posse no comando da prefeitura da cidade histórica do Vale do Jequitinhonha, o empresário Juscelino Brasiliano Roque (PMDB), eleito com 8.800 votos (35,15%) no pleito de outubro, quando concorreu com outros três candidatos. Ele carrega uma outra história ligada ao ex-presidente: nasceu em 21 de abril de 1960, dia da inauguração de Brasília, construída e inaugurada por JK na Presidência da República. Por isso, também recebeu o sobrenome “Brasiliano”. Ele anuncia que pretende se inspirar no homônimo famoso para “revolucionar” a antiga cidade, também conhecida por ter sido a terra da escrava Chica da Silva.
O novo chefe do Executivo diamantinense revela que o avô, Ernesto Roque, e o pai dele, Antônio Roque Sobrinho eram pessoas simples: o primeiro, servidor público e o outro, bombeiro hidráulico e também funcionário público, que tocavam instrumentos e eram seresteiros. Daí nasceu a ligação entre os dois e Juscelino Kubitschek, que tinha a seresta como uma de suas paixões. Além de tocar violão e cantar, Ernesto era contador de causos.
O prefeito eleito revela que depois de deixar Diamantina e passar a exercer outros cargos na política (antes de ser presidente, foi deputado federal, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas), JK retornava à terra natal e procurava Antônio e Ernesto para uma boa prosa e curtir a seresta. “Toda vez que queria refrescar a cabeça, ele vinha para cá para cantar e ouvir seresta”, relata.
Brasiliano Roque conta que a amizade com o ex-presidente somente aumentou. Quando a mãe do prefeito eleito, Etelvina, estava grávida, Ernesto, com o consentimento de Antônio, prometeu a JK que se o menino fosse do sexo masculino, receberia o nome do amigo ilustre.
Para confirmar a veracidade dos fatos, o novo prefeito de Diamantina guarda o que considera uma preciosidade: um telegrama de JK endereçado a seu pai, falando do seu nascimento com o agradecimento pela homenagem com a escolha do seu nome. “Só agora me chega às mãos a “participação” (comunicado) do nascimento do seu filho. Agradecendo-lhe pela gentil homenagem, envio-lhes cordiais saudações. Juscelino Kubitschek, presidente da Republica”. É o texto do telegrama encaminhado aos pais, segundo o prefeito eleito, lembrando que o comunicado do seu nascimento somente chegou a JK quase três meses apos a sua vinda ao mundo. Ele disse que também guarda em sua casa um violão com a assinatura do idealizador de Brasília.
‘40 ANOS EM 4’ O “novo” Juscelino disse que durante a campanha política não chegou a usar a origem do seu nome e a relação de sua família com o ex-presidente da República. Porém, pretende se inspirar em JK para fazer um “governo de mudanças” em Diamantina. “Espero que eu possa me vincular a ele na questão da busca do progresso, talvez ‘fazer’ 40 anos em quatro”, disse o novo chefe do Executivo, relembrando o plano de metas do ex-presidente – “50 anos em cinco”.
Juscelino Roque disse que vai aproveitar o “bom relacionamento” que tem nas esferas estadual e federal para “fazer uma revolução” no município histórico, tombado como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “A ideia é transformar Diamantina em uma cidade em que os moradores possam se orgulhar mais dela. Vamos colocar Diamantina no lugar que ela merece por causa de sua história”, anuncia o novo gestor, lembrando que, apesar da fama de cidade histórica, o antigo tejuco tem desafios a serem enfrentados como o desemprego, a falta de rede de esgoto e de infraestrutura das comunidades rurais.
Questionado sobre que ações práticas vai adotar para promover a “transformação” do município, ele disse que um dos seus objetivos é cadastrar todos os músicos da cidade e divulgá-los em níveis nacional e internacional, divulgando a Vesperata (evento musical do município). “Vamos levar para o mundo a importância da musicalidade de Diamantina, visando atrair mais visitantes e fomentar o turismo”, anuncia.
O Juscelino da atualidade revela que vai valorizar e revitalizar pontos turísticos com potencial para receber visitantes, mas que estão abandonados. Um deles é o Caminho dos Escravos, construído no século 18 e situado perto da área urbana.
ORIGEM HUMILDE O “novo” Juscelino disse que, assim como aquele que inspirou o seu nome de batismo, tem uma origem humilde. Conta que já foi vendedor de esterco, engraxate e jardineiro. Hoje, é dono de uma revenda de carros multimarcas na cidade. “Mas, comecei vendendo carros, debaixo de uma árvore.”
O prefeito eleito de Diamantina disse que sempre se dedicou ao voluntariado e ao associativismo na iniciativa privada. Entre outras funções, foi provedor da Santa Casa de Diamantina (da qual é diretor financeiro atualmente) e dirigente da Associação Comercial. Ele conta que durante mais de 20 anos, trabalhou voluntariamente na recuperação de presos e na assistência às famílias deles e que isso foi “uma experiência muito dignificante”.
Afirmou que Juscelino Kubitschek jamais imaginaria que ele chegasse ao cargo de prefeito de Diamantina. “Acho que isso (a eleição para prefeitura) é uma obra de Deus. As pessoas sempre pediram para que eu me candidatasse e eu nunca quis mexer com partidos políticos. Nunca gostei de política partidária. Mas, um dia acabei não resistindo.” Adianta, porém, que não deseja tentar voos mais altos como fez JK. “Não tenho nenhuma outra pretensão política. Meu negócio é trabalhar com o social”, garante.
Neste domingo (1º), toma posse no comando da prefeitura da cidade histórica do Vale do Jequitinhonha, o empresário Juscelino Brasiliano Roque (PMDB), eleito com 8.800 votos (35,15%) no pleito de outubro, quando concorreu com outros três candidatos. Ele carrega uma outra história ligada ao ex-presidente: nasceu em 21 de abril de 1960, dia da inauguração de Brasília, construída e inaugurada por JK na Presidência da República. Por isso, também recebeu o sobrenome “Brasiliano”. Ele anuncia que pretende se inspirar no homônimo famoso para “revolucionar” a antiga cidade, também conhecida por ter sido a terra da escrava Chica da Silva.
O novo chefe do Executivo diamantinense revela que o avô, Ernesto Roque, e o pai dele, Antônio Roque Sobrinho eram pessoas simples: o primeiro, servidor público e o outro, bombeiro hidráulico e também funcionário público, que tocavam instrumentos e eram seresteiros. Daí nasceu a ligação entre os dois e Juscelino Kubitschek, que tinha a seresta como uma de suas paixões. Além de tocar violão e cantar, Ernesto era contador de causos.
O prefeito eleito revela que depois de deixar Diamantina e passar a exercer outros cargos na política (antes de ser presidente, foi deputado federal, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas), JK retornava à terra natal e procurava Antônio e Ernesto para uma boa prosa e curtir a seresta. “Toda vez que queria refrescar a cabeça, ele vinha para cá para cantar e ouvir seresta”, relata.
Brasiliano Roque conta que a amizade com o ex-presidente somente aumentou. Quando a mãe do prefeito eleito, Etelvina, estava grávida, Ernesto, com o consentimento de Antônio, prometeu a JK que se o menino fosse do sexo masculino, receberia o nome do amigo ilustre.
Para confirmar a veracidade dos fatos, o novo prefeito de Diamantina guarda o que considera uma preciosidade: um telegrama de JK endereçado a seu pai, falando do seu nascimento com o agradecimento pela homenagem com a escolha do seu nome. “Só agora me chega às mãos a “participação” (comunicado) do nascimento do seu filho. Agradecendo-lhe pela gentil homenagem, envio-lhes cordiais saudações. Juscelino Kubitschek, presidente da Republica”. É o texto do telegrama encaminhado aos pais, segundo o prefeito eleito, lembrando que o comunicado do seu nascimento somente chegou a JK quase três meses apos a sua vinda ao mundo. Ele disse que também guarda em sua casa um violão com a assinatura do idealizador de Brasília.
‘40 ANOS EM 4’ O “novo” Juscelino disse que durante a campanha política não chegou a usar a origem do seu nome e a relação de sua família com o ex-presidente da República. Porém, pretende se inspirar em JK para fazer um “governo de mudanças” em Diamantina. “Espero que eu possa me vincular a ele na questão da busca do progresso, talvez ‘fazer’ 40 anos em quatro”, disse o novo chefe do Executivo, relembrando o plano de metas do ex-presidente – “50 anos em cinco”.
Juscelino Roque disse que vai aproveitar o “bom relacionamento” que tem nas esferas estadual e federal para “fazer uma revolução” no município histórico, tombado como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “A ideia é transformar Diamantina em uma cidade em que os moradores possam se orgulhar mais dela. Vamos colocar Diamantina no lugar que ela merece por causa de sua história”, anuncia o novo gestor, lembrando que, apesar da fama de cidade histórica, o antigo tejuco tem desafios a serem enfrentados como o desemprego, a falta de rede de esgoto e de infraestrutura das comunidades rurais.
Questionado sobre que ações práticas vai adotar para promover a “transformação” do município, ele disse que um dos seus objetivos é cadastrar todos os músicos da cidade e divulgá-los em níveis nacional e internacional, divulgando a Vesperata (evento musical do município). “Vamos levar para o mundo a importância da musicalidade de Diamantina, visando atrair mais visitantes e fomentar o turismo”, anuncia.
O Juscelino da atualidade revela que vai valorizar e revitalizar pontos turísticos com potencial para receber visitantes, mas que estão abandonados. Um deles é o Caminho dos Escravos, construído no século 18 e situado perto da área urbana.
ORIGEM HUMILDE O “novo” Juscelino disse que, assim como aquele que inspirou o seu nome de batismo, tem uma origem humilde. Conta que já foi vendedor de esterco, engraxate e jardineiro. Hoje, é dono de uma revenda de carros multimarcas na cidade. “Mas, comecei vendendo carros, debaixo de uma árvore.”
O prefeito eleito de Diamantina disse que sempre se dedicou ao voluntariado e ao associativismo na iniciativa privada. Entre outras funções, foi provedor da Santa Casa de Diamantina (da qual é diretor financeiro atualmente) e dirigente da Associação Comercial. Ele conta que durante mais de 20 anos, trabalhou voluntariamente na recuperação de presos e na assistência às famílias deles e que isso foi “uma experiência muito dignificante”.
Afirmou que Juscelino Kubitschek jamais imaginaria que ele chegasse ao cargo de prefeito de Diamantina. “Acho que isso (a eleição para prefeitura) é uma obra de Deus. As pessoas sempre pediram para que eu me candidatasse e eu nunca quis mexer com partidos políticos. Nunca gostei de política partidária. Mas, um dia acabei não resistindo.” Adianta, porém, que não deseja tentar voos mais altos como fez JK. “Não tenho nenhuma outra pretensão política. Meu negócio é trabalhar com o social”, garante.