Em pleno recesso parlamentar, as articulações dos pré-candidatos à Presidência da Câmara dos Deputados se intensificam. Enquanto o Palácio do Planalto e o atual presidente com mandato tampão, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se movimentam nos bastidores, outros postulantes procuram os holofotes para ganhar espaço na corrida pelo cargo.
“É claro que os eleitores são os deputados e deputadas, porém, dada a circunstância peculiar e específica dessas eleições, uma vez que o próximo presidente da Câmara será o substituto nas necessidades eventuais do presidente Michel Temer, o povo brasileiro precisa conhecer quem são os candidatos e quem o Parlamento, com toda a soberania que tem, vai escolher”, disse Rosso no vídeo publicado por ele em sua página no Facebook.
“Entendo que a realização de um debate ao vivo seria muito importante para o fortalecimento da democracia e para o fundamental acompanhamento do processo eleitoral por parte dos parlamentares e da sociedade brasileira”, afirmou o deputado em um documento encaminhado à Câmara com a sugestão do debate..
Entre os concorrentes ao cargo, há uma disputa jurídica sobre a legalidade de uma reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), sendo que a Constituição proíbe a recondução de presidentes no mesmo mandato legislativo. Maia e seus aliados argumentam que a proibição não se aplica a presidentes de mandato-tampão, como ele, que foi escolhido após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O vídeo de Rosso foi encarado por pessoas ligadas à Câmara como uma espécie de pressão para que Maia admita que é candidato. Maia tem resistido em admitir sua candidatura exatamente devido ao imbróglio jurídico que envolve seu nome na disputa. “Fica nosso registro de que estrutura, pessoal, equipamentos e condições técnicas a TV Câmara tem. Agora, com a palavra, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia”, diz Rosso dentro do estúdio da TV Câmara.
Possíveis adversários de Maia na eleição, Rosso, Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE) questionam no Supremo Tribunal Federal (STF) a possibilidade de o demista tentar ser reconduzido. Por causa do recesso, a Corte não deve se manifestar antes da eleição da Mesa. Para Maia, caso ele seja eleito, não haverá insegurança jurídica.