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Estado de Minas

'Tinha que fazer uma chacina por semana', diz secretário de Temer sobre massacres em presídios

Em entrevista, secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, criticou ainda a repercussão dada a massacres


postado em 06/01/2017 23:05

(foto: Facebook/Reprodução)
(foto: Facebook/Reprodução)

“Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia. Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana". Assim o secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, reagiu à nova chacina de presos. Ele é filho do deputado estadual (PMDB-MG) e ex-deputado federal Cabo Júlio. Filiado ao PMDB, foi nomeado para a secretaria em junho do ano passado. A Secretaria da Juventude é vinculada à Secretaria de Governo, e o salário do cargo é de R$ 13.974,20. "Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio do presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Os que não têm nada a ver com nada que se explodam? Os santinhos que estavam lá dentro que estupraram, mataram (chamam de) 'coitadinho', 'ai, meu Deus, eles não fizeram nada', 'foram (mortos) injustamente”, disse ele em entrevista ao jornal O Globo. A assessoria do Palácio do Planalto não comentou as declarações de Bruno.

Bruno Júlio é investigado por agredir a mulher em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, em outras duas investigações, ele foi acusado de lesão corporal pela ex-mulher e de assédio sexual por uma funcionária. A denúncia de agressão foi feita pela companheira dele na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, em BH, em abril do ano passado. De acordo com a polícia, a vítima contou que Bruno Júlio a puxou pelo cabelo e deu tapas em seu rosto. A investigação ainda não foi concluída.

Em outro inquérito, registrado como lesão corporal, o secretário é suspeito de agredir com socos, tapas e chutes a mulher com quem mantinha união estável, em março de 2014. À época, ela relatou à polícia ter sido ameaçada com uma faca porque o então companheiro não aceitava o fim do relacionamento. Na ocasião, ele confirmou que teve relacionamento com a mulher, com quem teve uma filha. O secretário informou ainda que a criança está sob sua guarda, o que, segundo ele, demonstra “ser prova mais do que suficiente da solidez do relacionamento” com a ex-companheira. Bruno Júlio destacou ainda que sua “relação familiar sempre se pautou pelo respeito e confiança”.

O secretário foi acusado de assédio sexual por uma funcionária, em dezembro do ano passado. Na denúncia, a mulher afirmou que era ameaçada de demissão caso não saísse com ele. Ela disse à polícia ainda que era perturbada e constrangida pelo patrão com elogios e convites para acompanhá-lo em viagens. A polícia informou que ela entregou à delegada mensagens das ameaças enviadas por celular pelo secretário.

Ainda em nota, Bruno Santos afirmou que a acusação de assédio é frágil e que a denúncia ocorreu apenas depois do comunicado da exoneração à funcionária. “Não passou de retaliação”, disse o secretário. Na nota, o secretário não se manifestou sobre a investigação em andamento.


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