O secretário nacional da Juventude, Bruno Júlio, foi exonerado na manhã desta terça-feira do cargo vinculado à Presidência da República, segundo publicação no Diário Oficial da União. A demissão pelo presidente Michel Temer (PMDB) ocorre “a pedido” por causa da repercussão negativa de uma entrevista na qual o agora ex-secretário defendia “uma chacina por semana” nos presídios brasileiros.
Em entrevista à jornalista Amanda Almeida, do jornal O Globo, Bruno Júlio comentou o massacre dos presos em Manaus, que até então tinha matado 56 detentos. O então secretário emitiu nota tentando justificar as declarações, mas o estrago da fala já estava causado.
Filho do deputado estadual Cabo Júlio (PMDB), que tem uma condenação no escândalo da Máfia dos Sanguessugas, Bruno Júlio disse que estava havendo uma valorização da morte dos condenados maior do que quando pais de família são mortos por bandidos. Bruno Júlio é presidente licenciado da Juventude Nacional do PMDB.
Na semana passada, ao comentar as mortes em Manaus, disse: “Sou sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana”. O ministro da Justiça Alexandre de Moraes disse na segunda-feira que a fala não reflete o pensamento dele e do governo Temer.
Em sua página no facebook, Bruno Júlio foi xingado por alguns mas recebeu apoio de outros internautas, que postaram fotos de crimes e até um meme indicando que ele "lacrou", como dizem na gíria, com o comentário.
O sucessor na pasta ainda não foi escolhido, mas o vice-presidente da Rede Minas Felipe Piló admitiu nesta segunda-feira ter sido sondado para o cargo.