O polêmico deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ), criticado por uns e amado por outros, ganhou fama internacional como político da extrema direita brasileira. Desta vez, ele virou personagem de uma matéria do jornal britânico Financial Times publicada nesta terça-feira. O artigo enfoca o avanço do neonazismo no Brasil. A publicação lembra a defesa que ele fez do torturador Brilhante Ustra, durante a votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Segundo o texto do Financial Times, Bolsonaro negou ser neonazista, mas os críticos o acusam de compartilhar “muitos pontos de vista do movimento, como o racismo e a intolerância”.
O jornal lembra que o deputado é de extrema-direita e ex-capitão do exército brasileiro e conquistou manchetes no ano passado ao “elogiar um conhecido torturador da era da ditadura”. Na votação da admissibilidade do processo de impeachment contra a ex-presidente do Brasil, Bolsonaro enalteceu o coronel Brilhante Ustra, ex-chefe do antigo DOI-CODI.
Pavor de Dilma
Ao justificar o voto pela derrubada da petista, Bolsonaro disse que o fazia "pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff", se referindo ao fato de a ex-presidente ter sido uma das torturadas na ditatura militar.
A reportagem do Financial Times fala sobre o avanço de uma onda neonazista no Brasil e do avanço da extrema-direita e dos políticos ultraconservadores diante de um vácuo político causado com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A matéria lembra o episódio em que um grupo invadiu o Congresso Nacional com faixas pedindo a volta da ditadura militar.
O texto cita ainda um estudo da Unicamp que mostra que, dos 200 milhões de brasileiros, há 150 mil simpatizantes do neonazismo.
O artigo lembra crimes cometidos por grupos extremistas no Brasil, como o caso de skinheads que atacaram um negro no metrô de São Paulo e um grupo gaúcho que invadiu uma festa judaica. .