"Em relação à Câmara as conversas estão em andamento. É a bancada da Câmara que irá se manifestar, mas vejo hoje ganhando consistência a candidatura do atual presidente Rodrigo Maia", disse Aécio após deixar o gabinete de Temer.
"Vejo no Senado um quadro de maior tranquilidade devendo caber ao PMDB a indicação do nome para a presidência. Cabendo ao PSDB a segunda escolha por ser a segunda maior bancada. Vamos reunir a bancada na última semana de janeiro para definir essas posições. Muito provavelmente caberá ao PSDB a condução da Comissão de Assuntos Econômicos, vital para essa agenda econômica e de reformas", ressaltou.
As conversas de Aécio com Temer ocorreram em meio a articulações do tucano para conseguir emplacar aliados em postos estratégicos do Senado e no governo. As movimentações ocorrem pouco menos de um mês de o senador conseguir estender o mandato na presidência do PSDB por mais um ano.
No tabuleiro montado, de olho na disputa presidencial de 2018, devem ser contemplados em postos de destaque nomes de peso do partido como o atual líder do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), o vice-presidente da legenda e senador Tasso Jereissati (CE), o ex-líder do Senado Paulo Bauer (SC).
Todos fazem parte do núcleo mais próximo do senador mineiro, que trabalha internamente para ser o nome escolhido da legenda para a próxima corrida pela Presidência da República. Também estão no páreo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro de Relações Exteriores, José Serra.
No desenho rascunhado por Aécio, Cunha Lima ocupará a vice-presidência do Senado, Paulo Bauer será conduzido para a liderança da bancada e Tasso Jereissati, para o comando da CAE. Para tirar essa estratégia do papel, segundo a reportagem apurou, as conversas entre Temer e Aécio também serviram para aparar possíveis arestas deixadas por declarações de Cássio Cunha Lima de que o atual governo não chegaria ao final.
Além dos três senadores, Aécio aguarda uma confirmação da indicação do deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo. A nomeação do deputado, que faz parte do grupo do senador mineiro, deve ocorrer apenas após a eleição para a presidência da Câmara, prevista para o próximo dia 2 de fevereiro.
Na coletiva de imprensa, Aécio disse que o deputado estava à disposição do governo. "Não foi assunto da conversa de hoje, mas essa foi uma questão tratada ainda no ano passado quando a questão avançou. Acredito que no momento oportuno, o tempo é do presidente, o deputado Imbassahy poderá estar a disposição do governo."
O senador também defendeu o avanço das reformas encaminhadas pelo governo no fim do ano passado ao Congresso e reafirmou o apoio ao presidente Temer. "Vim reiterar ao presidente esse compromisso de que o PSDB será, como tem sido até aqui, um aliado do Brasil. Apoiar o governo Temer hoje a meu ver é um ato de responsabilidade para com o Brasil. Em 2018, obviamente a partir de uma decisão da maioria da população, viveremos uma nova etapa que permita de forma definitiva sair do calabouço no qual as irresponsabilidades dos sucessivos governos do PT colocaram o Brasil", afirmou.
Parcerias
Na parte da reunião que contou com a presença do Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, um dos temas discutidos foi a atual crise do sistema penitenciário. Na ocasião, o tucano apresentou como sugestão a criação de Parcerias Público Privadas (PPPs). "Apresentei como um reforço ao programa que será aprovado pelos Estados na semana que vem a possibilidade de estimularmos também as Parcerias Público Privada no nosso sistema prisional, que nada tem há ver com a terceirização da gestão do sistema prisional como ocorre em Manaus. As PPPs foram extremamente exitosas em Minas Gerais. Elas partem do pressuposto que o setor privado faz o investimento e ele é remunerado a partir de condicionantes que são estabelecidos em contratos", disse..