Em duas semanas de governo, o novo prefeito recebeu a visita de 30 dos 41 vereadores da capital – alguns ainda estão viajando. Nas contas do vice-prefeito e secretário Municipal de Governo, Paulo Lamac (Rede), já há maioria para aprovar os projetos, que, dependendo da matéria, precisam de 21 a 28 votos. O entendimento entre Executivo e Legislativo é condição para Kalil emplacar projetos como a reforma administrativa.
De acordo com o vice-prefeito, a reforma será encaminhada à Câmara ainda este mês, antes do início do ano legislativo, em fevereiro. O texto prevê o enxugamento da máquina pública e a economia de gastos a partir da redução do número de secretarias de 22 para 13. Também consta no projeto, em fase de conclusão, a devolução de imóveis alugados pelo poder público e que não vão mais ser usados.
“Não estamos trabalhando com o loteamento da prefeitura e a distribuição de cargos, mas com projetos de interesse da cidade. Estamos abertos ao diálogo com todos os vereadores e felizes com isso.
Por decisão da Justiça, o restaurante popular da Câmara Municipal está fechado desde junho. O refeitório funcionou por 12 anos e servia 1,2 mil almoços por dia. A interdição ocorreu pela própria prefeitura, por estar fora das regras de segurança alimentar e oferecer risco de infecção. Na Câmara, o presidente da Casa, vereador Henrique Braga (PSDB), está satisfeito com o contato inicial com o prefeito. “Propusemos a fazer um trabalho conjunto”, diz.
Numa eleição tumultuada, Braga (PSDB) foi eleito como suposta chapa de oposição a Kalil, já que o candidato apoiada pelo prefeito, Dr. Nilton (Pros), perdeu a disputa. “Nunca fiz oposição a ele (Kalil). Tentei costurar para uma chapa única o tempo todo”, conta o tucano, que teria como principal articulador de sua chapa o ex-presidente da Câmara Wellington Magalhães (PTN), afastado do cargo até fevereiro pelo Ministério Público. “Vou fazer um governo transparente”, garante Braga, em seu oitavo mandato.
DISPUTA POR COMISSÕES
Passada a eleição da Mesa Diretora, a pressão na Câmara Municipal agora está direcionada para a indicação de nomes para as comissões. Cada uma das nove comissões conta com cinco titulares e cinco suplentes. Cabe ao presidente da Casa, Henrique Braga (PSDB), indicar os nomes, sendo que os próprios vereadores elegem o presidente de cada uma.
A Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), por onde começa a tramitação dos textos e é analisada a compatibilidade da proposta com a legislação vigente, é a mais disputada delas. Segundo funcionário da Casa, pelo menos sete parlamentares querem cadeira como titular. Entre eles, estaria o ex-presidente Wellington Magalhães (PTN), afastado do cargo até fevereiro pelo Ministério Público por causa de investigação sobre suposta fraude em licitação pública.
Magalhães tinha intenção de disputar a reeleição, mas, como foi afastado do cargo, articula para ocupar posição com maior peso político. A intenção dele, de acordo com um parlamentar, é assumir a presidência da CLJ, tendo controle sobre a tramitação dos projetos na Casa. O Estado de Minas tentou entrar em contato com Magalhães, mas obteve retorno..