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Estado de Minas

Refeições populares de volta

Restaurante na Câmara Municipal com capacidade para fornecer 1,2 mil almoços por dia deve reabrir até fevereiro. Decisão faz parte da reaproximação de vereadores com a PBH


postado em 16/01/2017 00:12 / atualizado em 16/01/2017 07:42

Se durante a campanha eleitoral o prefeito Alexandre Kalil (PHS) tinha o discurso afiado contrário a políticos, agora ele tem mostrado jogo de cintura no cargo. Depois de enfrentar a resistência de vereadores ressentidos com essas falas e ver a chapa apoiada por ele perder a eleição na Câmara Municipal, Kalil e os vereadores fizeram as pazes O primeiro resultado dessa reaproximação será a reabertura do restaurante popular da Casa. Fechado desde junho por inadequação às normas da vigilância sanitária, a reativação do refeitório é uma das principais demandas da atual Mesa Diretora, que foi no último dia 5 à prefeitura levar a “bandeira branca” entre os poderes.

Em duas semanas de governo, o novo prefeito recebeu a visita de 30 dos 41 vereadores da capital – alguns ainda estão viajando. Nas contas do vice-prefeito e secretário Municipal de Governo, Paulo Lamac (Rede), já há maioria para aprovar os projetos, que, dependendo da matéria, precisam de 21 a 28 votos. O entendimento entre Executivo e Legislativo é condição para Kalil emplacar projetos como a reforma administrativa.

De acordo com o vice-prefeito, a reforma será encaminhada à Câmara ainda este mês, antes do início do ano legislativo, em fevereiro. O texto prevê o enxugamento da máquina pública e a economia de gastos a partir da redução do número de secretarias de 22 para 13. Também consta no projeto, em fase de conclusão, a devolução de imóveis alugados pelo poder público e que não vão mais ser usados.

“Não estamos trabalhando com o loteamento da prefeitura e a distribuição de cargos, mas com projetos de interesse da cidade. Estamos abertos ao diálogo com todos os vereadores e felizes com isso. O refeitório da Câmara é uma expectativa da população”, afirma Lamac. A meta é que a reabertura do Restaurante Popular ocorra em fevereiro. A Secretaria de Política Social está a frente desse processo.

Por decisão da Justiça, o restaurante popular da Câmara Municipal está fechado desde junho. O refeitório funcionou por 12 anos e servia 1,2 mil almoços por dia. A interdição ocorreu pela própria prefeitura, por estar fora das regras de segurança alimentar e oferecer risco de infecção. Na Câmara, o presidente da Casa, vereador Henrique Braga (PSDB), está satisfeito com o contato inicial com o prefeito. “Propusemos a fazer um trabalho conjunto”, diz.

Numa eleição tumultuada, Braga (PSDB) foi eleito como suposta chapa de oposição a Kalil, já que o candidato apoiada pelo prefeito, Dr. Nilton (Pros), perdeu a disputa. “Nunca fiz oposição a ele (Kalil). Tentei costurar para uma chapa única o tempo todo”, conta o tucano, que teria como principal articulador de sua chapa o ex-presidente da Câmara Wellington Magalhães (PTN), afastado do cargo até fevereiro pelo Ministério Público. “Vou fazer um governo transparente”, garante Braga, em seu oitavo mandato.

DISPUTA POR COMISSÕES

Passada a eleição da Mesa Diretora, a pressão na Câmara Municipal agora está direcionada para a indicação de nomes para as comissões. Cada uma das nove comissões conta com cinco titulares e cinco suplentes. Cabe ao presidente da Casa, Henrique Braga (PSDB), indicar os nomes, sendo que os próprios vereadores elegem o presidente de cada uma. Ele tem até o dia 31 para fazer a distribuição das vagas.

A Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), por onde começa a tramitação dos textos e é analisada a compatibilidade da proposta com a legislação vigente, é a mais disputada delas. Segundo funcionário da Casa, pelo menos sete parlamentares querem cadeira como titular. Entre eles, estaria o ex-presidente Wellington Magalhães (PTN), afastado do cargo até fevereiro pelo Ministério Público por causa de investigação sobre suposta fraude em licitação pública.

Magalhães tinha intenção de disputar a reeleição, mas, como foi afastado do cargo, articula para ocupar posição com maior peso político. A intenção dele, de acordo com um parlamentar, é assumir a presidência da CLJ, tendo controle sobre a tramitação dos projetos na Casa. O Estado de Minas tentou entrar em contato com Magalhães, mas obteve retorno.


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