No documento entregue nesta terça-feira, 17, à 7ª Vara Federal Criminal, os advogados Ranieri Mazzilli Neto e Marcelo Camara Py pedem o benefício do recolhimento domiciliar de Bezerra "para preservar a sua integridade física". O acusado, que não tem ensino superior, está em Bangu 10, enquanto outros réus, como Cabral, se encontram em Bangu 8, unidade do complexo para presos com ensino superior.
É o terceiro pedido de revogação da prisão preventiva após outro réu ter conseguido decisão favorável para ficar em prisão domiciliar. Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves, ex-assessor especial do ex-governador do Rio, obteve a decisão sob argumento de situação de risco à sua integridade física, depois da divulgação de notícia de que ele teria fechado acordo de colaboração premiada.
No caso de Bezerra, os advogados citam notícia veiculada na imprensa a respeito da rebelião. Segundo eles, a notícia "é fidedigna e descreve o barril de pólvora em que se transformou aquela unidade prisional com a chegada de 600 presos da facção criminosa ADA".
Neto e Py alegam que não se pode deixar de dar tratamento igual a quem se encontra em igual situação. "É a regra da equidade, pilar sobre o qual se assenta o direito e toda a noção de Justiça", dizem no documento entregue à Justiça. Também afirmam que o réu não apresenta nenhum sinal de periculosidade. "O deferimento de prisão domiciliar ao mesmo, igualmente, representa medida responsável, ponderada e justa, especialmente diante desse cruel e triste cenário de nossa população carcerária", dizem.
Outro ponto levantado é que Bezerra não é acusado do crime de corrupção, assim como Gonçalves.
Em 22 de novembro, o juiz da 3ª Vara Criminal Federal concedeu habeas corpus pelo porte ilegal de armas. O alvará de soltura trazia a ressalva: "se por outro motivo não tiver que permanecer preso". Bezerra foi libertado na manhã do dia 23. No dia seguinte, Bretas determinou que Bezerra fosse preso novamente..