O regimento interno do tribunal prevê que um relator de processo na corte é substituído “em caso de aposentadoria, renúncia ou morte” pelo ministro nomeado para sua vaga. O STF, no entanto, informou que os processos da Lava-jato podem ser redistribuídos pela ministra Cármen Lúcia, presidente da corte, para outro ministro que já ocupe uma cadeira no tribunal.
Caso o substituto do Teori herde os processos da Lava-Jato, o nome escolhido pelo presidente Michel Temer (PMDB) ficaria responsável por julgar um caso em que o próprio presidente e vários políticos próximos ao governo estão envolvidos. No Palácio do Planalto, assessores evitaram falar sobre a sucessão de Teori e ninguém nem sequer quis avaliar quando é que a indicação poderia acontecer.
A última substituição de um ministro do STF que morreu no exercício do cargo – o ex-magistrado Carlos Alberto Menezes Direito – demorou quase 45 dias. A condução dos inquéritos e processos da Lava-Jato ficará suspensa até a indicação do novo ministro por Temer. Contudo, o regimento interno do STF abre espaço para que, em casos urgentes, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, possa designar outro relator para cuidar da investigação. Durante o recesso forense, Teori e equipe trabalharam para acelerar as tratativas para homologar as delações dos 77 executivos da Odebrecht.
SENADO O ex-presidente do STF e ministro aposentado Carlos Velloso confirma que o regimento interno aponta que caberá a Temer indicar o sucessor de Teori na relatoria da Lava-Jato. “Os processos ficariam aguardando o sucessor.
“O presidente da República tem que pensar muito bem no sucessor. Primeiro porque vai nomear alguém que vai suceder um grande ministro. O Teori vinha conduzindo com extrema competência, bom senso, paciência, sem atropelo essas causas da Lava-Jato”, concluiu o ex-presidente do STF.
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, defendeu que os processos da Lava-Jato sejam redistribuídos imediatamente. Segundo ele, o tribunal não pode aguardar a nomeação de um novo ministro para a vaga de Teori. “A regra revela que os processos aguardam a indicação do sucessor. Mas há precedentes que exigem a redistribuição imediata da relatoria de inquéritos e ações penais”, disse.
Marco Aurélio avaliou que o novo relator deve ser escolhido entre os ministros que integram a 2ª Turma do Supremo, à qual pertencia Teori. Os outros integrantes da turma são Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. O ministro, no entanto, ressalvou que a decisão caberá à presidente Cármen Lúcia. (Com agências)
Janot antecipa volta da Suíça
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cancelou todos os compromissos que tinha na Suíça, inclusive uma reunião com o procurador-geral Michael Lauber, para retornar ao Brasil. Ele deve desembarcar amanhã em Brasília no fim do dia.
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