Às vésperas da homologação das delações premiadas de executivos da Odebrecht, que deve comprometer ao menos 26 deputados, líderes partidários tinham dúvidas sobre o ritmo que a Corte conduzirá os processos a partir de agora e quem será o substituto de Teori nas investigações.
Líder do governo na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE), destacou o equilíbrio com que Teori conduzia a relatoria e ressaltou que o ministro tinha um profundo conhecimento das investigações.
Um dos candidatos à presidência da Câmara, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), desconversou e disse que não era o momento de discutir as consequências da morte de Teori para a Lava Jato. "A hora é de muita tristeza e pesar", respondeu. Muitos parlamentares tinham dúvidas sobre o processo de escolha do novo relator no STF.
Discrição
Ao comentar a perda de Teori, os parlamentares não pouparam elogios à forma discreta como ele conduzia os processos que estavam sob sua responsabilidade. "Na avaliação da bancada, o ministro Teori comandava com eficiência e discrição a apuração, na Suprema Corte, dos processos do maior escândalo de corrupção do País", disse em nota o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Vice-líder da bancada do PMDB na Câmara, o deputado Carlos Marun (MS), observou a responsabilidade com que o ministro administrava os processos e o fato dele só se pronunciar nos autos. "Era uma pessoa não pirotécnica, atencioso em relação às suas responsabilidades, preferia falar nos processos e conduzia essa responsabilidade imensa que veio para seus ombros dentro da legalidade", disse o parlamentar, que é do meio jurídico. Já o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), classificou Teori de "homem ponderado, correto e sereno".
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RS), também enfatizou o perfil discreto do ministro.
Líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), também elogiou a atuação de Teori. "Merecem ser ressaltadas algumas das virtudes do ministro, como a ferrenha defesa dos direitos fundamentais, o notório domínio das letras jurídicas e a discrição".
Parlamentares cobraram celeridade nas investigações do acidente. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comentou no Twitter que diversas teses surgem agora sobre a tragédia. "O que é ruim, diante de um quadro em que a nossa democracia já está gravemente ferida. Que a investigação seja o mais breve possível e a causa devidamente apurada", escreveu..