"A presidente é extremamente competente e hábil, e atua com rigor jurídico e científico, e também com a responsabilidade política que ela tem de não deixar que as matérias sofram qualquer retardo. Esse é o cuidado que certamente a está inspirando neste momento", disse Gilmar, nesta quarta-feira, ao chegar ao STF para uma visita à ministra.
Gilmar evitou fazer comentários pessoais sobre a relatoria dos processos da Lava-Jato. "Eu não vou dar opinião agora, vamos aguardar a condução que a presidente está fazendo, e fazendo muito bem, para que tenhamos uma solução que seja harmônica e de toda a casa", afirmou o ministro.
"Essa questão vai ser analisada com a presidente, que está conduzindo as conversas com todos os colegas, para que a gente tenha um encaminhamento o mais institucional possível. Acho que esse será o encaminhamento que terá o apoio, se não da unanimidade dos colegas, pelo menos da ampla maioria. Acho que é isso que a presidente deve estar costurando e fazendo os entendimentos", afirmou.
Com o aval de Cármen Lúcia, a equipe de Teori, liderada pelo juiz-auxiliar Marcio Schiefler, já retomou o planejamento de audiências com os proponentes dos acordos de delação premiada. Eles vão fazer uma verificação se os acordos foram feitos dentro do que determina a lei, sem coação e com a presença de advogados.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou, nesta terça-feira, 24, um pedido de urgência para a homologação das delações. Ainda não se sabe, porém, se Cármen Lúcia fará as homologações ou se deixará para o novo relator do processo, ainda não definido.
Deferência
Gilmar Mendes vem tendo algumas conversas com o presidente Michel Temer e jantou no Palácio do Jaburu no último domingo, 22.
Temer anunciou no velório de Teori que esperará a definição do novo relator do STF para, só então, nomear o novo ministro. Gilmar viu a decisão como uma "deferência". "Me parece que é uma deferência à própria Corte para que não haja também tumultos políticos", afirmou o ministro.
Gilmar Mendes também foi questionado sobre como lidaria com a hipótese de conduzir investigações contra o presidente da República, caso assumisse a relatoria da Lava Jato.
"Com a mesma naturalidade com que eu decido todos os processos. Eu estou em Brasília desde 1974, conheço personagens da vida política há tantos anos, e lido com os processos com a abertura que vocês conhecem no mercado", disse Gilmar..