Vereador de BH pousa helicóptero em praia

João Henrique do Vale


O vereador de Belo Horizonte Rubens Gonçalves de Brito, o Bim da Ambulância (PSDB), de 34 anos, foi preso na manhã de ontem, no Espírito Santo, depois de pousar um helicóptero na Praia da Bacutia, em Guarapari. O próprio parlamentar, que é piloto, conduzia a aeronave. A cena chamou a atenção dos banhistas, que, revoltados diante do risco de acidentes, denunciaram o fato à Polícia Militar.

A aeronave pousou na  praia por volta das 10h. Estavam a bordo o vereador e outra pessoa. Os delegados das delegacias de Crimes Contra o Patrimônio e de Infrações Penais e Outras, Marcos Luiz Nery e Diego Barcelos, foram para o local e constataram a irregularidade. De acordo com Nery, que ficou responsável pela ocorrência, o vereador vai responder por dois crimes. “Recebemos uma demanda de que tinha um helicóptero pousando na praia. Entramos em contato com um militar que estava responsável pela ocorrência e fomos ao local. Realmente, tinha a aeronave. Constatamos que expôs as pessoas que estavam ali a perigo de morte e também expôs a própria aeronave”, explicou. Bim da Ambulância informou na delegacia que havia ido buscar sua família que passava férias no local.

Segundo a Secretaria de Segurança do Espírito Santo, o vereador foi autuado com base no artigo 132 (expor a vida ou a saúde de outrem a perigo) e artigo 261 (expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia). Se condenado, ele pode pegar de três a seis anos e meio de prisão. “Após finalizar a ocorrência, será comunicado ao juiz federal, que será responsável por determinar a liberdade provisória ou a manutenção da prisão do parlamentar”, comentou o delegado.

A aeronave, que foi alugada, foi levado pelo próprio Bim, acompanhado de um delegado e de um oficial da PM, para o aeroporto de Guarapari, onde foi apreendida. No mercado, o aluguel de um helicóptero custa em média R$ 3 mil. A partir deste mês, o salário dos vereadores de Belo Horizonte passa a ser R$ 16,4 mil. A reportagem não conseguiu contato com o parlamentar nem com sua assessoria.