O posicionamento de Falcão surge em meio a discussões, dentro do PT, sobre qual candidato o partido deve apoiar. O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), vinha sinalizando a possibilidade de apoio à reeleição do presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para ele, isso abriria espaço para o PT ocupar cargo na Mesa Diretora e poder garantir margem política para o partido enfrentar o governo.
As bancadas do PT, no entanto, vêm sofrendo pressão de militantes, que consideram um contrassenso o apoio a Maia - parlamentar do DEM que votou pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff e hoje faz parte da base de apoio ao presidente Michel Temer.
Em sua nota, Rui Falcão lembrou que a resolução mais recente do Diretório Nacional do PT não traz vetos ao "prosseguimento das conversações que vinham se realizando pelas bancadas, com todos os postulantes à direção das Casas congressuais". "Eis aí o foco principal da divergência que, a nosso ver, provocou o movimento de contestação e de pressão sobre as bancadas, a quem competirá a decisão final, por consenso ou maioria", acrescentou.
Ao mesmo tempo, Falcão afirma que a resolução do Diretório Nacional contempla a alternativa de formação de um bloco de oposição. "Minha opinião pessoal é que nos unamos aos parlamentares da oposição (PDT, PC do B, Rede e Psol) num bloco a ser encabeçado por alguém deste campo", defendeu Falcão.
Deste grupo, o PDT lançou oficialmente a candidatura do deputado André Figueiredo (CE) no dia 17. Nas últimas semanas, ele vinha tentando atrair o apoio de outras legendas de oposição.