A estratégia do atual presidente da Casa para pavimentar a sua recondução ao cargo contou com o apoio o Planalto e teve como um dos pilares fechar alianças com partidos que faziam parte do chamado Centrão, grupo de 13 partidos que ganhou força durante a presidência do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Nas últimas semanas, cinco partidos do grupo - PSD, PP, PR, PRB e PSL - declararam que vão apoiar a reeleição de Maia. Sem o aval da sua legenda, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) decidiu suspender a sua candidatura na semana passada.
Diante da debandada dos partidos do Centrão, Jovair pediu uma reunião com Temer para reclamar da atuação de ministros a favor de Maia. No encontro, avisou ao presidente que não estava "satisfeito" com o tratamento que estava recebendo do Planalto.
Aliados de Jovair também disseram a Temer que ele deveria pensar "lá na frente", no "day after" da eleição, quando o governo iria precisar do apoio de todos os integrantes da base para aprovar medidas importantes na Câmara, como a reforma da Previdência.
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, que ficou conhecido como delator do esquema do mensalão no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também se queixou da situação ao Estado. "Você perder uma eleição disputando com justiça, tudo bem. Você perder uma eleição quando o governo opera contra você, aí complica, aí te fere, aí te magoa", afirmou.
Apesar dos recados do grupo de Jovair, assessores palacianos descartam a possibilidade de haver uma racha na base. Pelas contas do governo, o líder do PTB não terá mais que 100 votos na disputa, e tanto o PTB quanto as outras legendas que o apoiaram poderão ser "recompensadas" de outras maneiras.
Há ainda quem acredite que, diante da derrota iminente, Jovair reavalie o cenário e abra mão da disputa. O deputado goiano, porém, afirma que irá manter a sua candidatura até o fim.