Eike Batista é preso ao chegar ao Brasil

O empresário chegou a ser incluído na lista de foragidos da Interpol na quinta-feira, depois de ser procurado em sua casa, no Rio

Juliana Cipriani

Sem curso superior, Eike não terá direito a cela especial - Foto: FRED PROUSER


O empresário Eike Batista desembarcou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira e foi preso por policiais federais. Considerado foragido e incluído na lista da Interpol desde a quinta-feira da semana passada, ele retornou de Nova York, onde disse estar em uma viagem a trabalho.

Logo depois de sair do avião, Eike foi encaminhado a um carro da polícia federal, que esperava na pista, sem passar pelo posto policial.

Eike não estava algemado, carregava apenas uma mala de mão. Por volta das 10h30, ele chegou ao Instituto Médico Legal, onde passará por exame de corpo delito.

Preso comum


A expectativa é que ele seja encarcerado ainda nesta segunda-feira, conforme mandado de prisão que está em aberto contra ele na Operação Eficiência, um braço da Lava-Jato que apura o pagamento de propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Ele teria repassado US$ 16,5 milhões em propina a Cabral.

Por não ter curso superior, o ex-bilionário não terá direito a cela especial. Antes de se entregar, a defesa do empresário tentou negociar garantias de segurança para ele.

A estratégia da defesa ainda não está definida e não foi descartado que o empresário faça uma delação premiada.

 

De Nova York


Na madrugada desta segunda-feira ele deixou Nova York em um voo para o Rio de Janeiro e, ainda lá, disse que se entregaria à Justiça na chegada. O empresário afirmou, ainda, que nunca teve a intenção de fugir para a Alemanha, apesar de ter cidadania naquele país, o que evitaria uma extradição. Eike Batista disse ter viajado a trabalho a Nova York, o que, segundo ele, ocorre rotineiramente.

Na quinta-feira (26), a Polícia Federal tentou prender o empresário em sua casa, no Rio de Janeiro, mas ele não estava lá. Os advogados informaram que Eike viajou a trabalho para Nova York e que voltaria ao Brasil para se entregar.

Eike, de 60 anos, que já foi considerado o homem mais rico do Brasil, é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que também atinge o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que está preso.

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