Entra ano e sai ano, eles batem cartão virando inspiração nesta época do ano, não só para máscaras, mas virando personagens do carnaval “da zueira”. Alvos de críticas e protestos durante todo o ano, os políticos e a principal investigação sobre corrupção no Brasil, a Lava-Jato, são assunto preferencial na composição de marchinhas.
Como não poderia deixar de ser, o presidente Michel Temer, os tucanos e o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), entre outros, já aparecem nas canções para a festa de 2017.
Por sua aparência, Temer é personagem da marchinha “Presidento Transilvânia”, que se mudou para “uma capital onde o terreno é fértil para o mal”. O tema é iniciado com a marcha fúnebre e a letra diz que ele buscou no cemitério os integrantes de seu ministério. Na marchinha, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) é colocada como “vítima inocente”. “Difícil não temer, o terror está no ar”, “vai buscar alho”, recomenda.
Já os tucanos são assunto da marchinha “Solta o cano que não cai”, que fala sobre os vazamentos da Operação Lava-Jato. No vídeo aparecem imagens do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do ministro José Serra e do senador Aécio Neves. “Solta o cano que tá tranquilão”, brincam os autores com a sonoridade.
Há ainda a marchinha do “baile do cidadão de bem”, que luta contra a corrupção com taça de champanhe na manifestação. A letra fala sobre o cidadão que defende a pena de morte para bandidos mas é contra o aborto e brinca com as brigas nas redes sociais e panelas batidas nas janelas nos protestos.
O prefeito de São Paulo João Dória também não ficou de fora, com uma marchinha sobre seu projeto de limpar as pichações na cidade de São Paulo. “Pinto de fora e pinto dentro, pinto na roda e depois pinto no centro”, diz a música. A música brinca com a situação, dizendo que o muro fica mais bonito com o amado por uns e odiado por outros, Romero Brito.
O ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também está entre os homenageados pelas marchinhas, com “Corre que a polícia vem aí”. Em uma tentativa de imitar a voz do petista, o cantor diz “fugir or not fugir”. O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) é a estrela de “Hotel Bangu”. Também entram no vídeo, que homenageia os vips da Zona Sul, a mulher do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o mais novo preso do momento, Eike Batista.
A marchinha do Todo Feio, lembra o ex-deputado que ficou revoltado com o apelido que recebeu na delação da Odebrecht. “Todo feio não sou não. Eu até prefiro ser chamado de ladrão”, diz a canção.