Segundo ele, em 2014 o Espírito Santo teve um déficit de R$ 1,4 bilhão, mas em 2015 o governo conseguiu reverter essa situação e fechar com superávit de R$ 176 milhões, graças basicamente a controle de gastos. "Parece pouco, mas é um feito importante, diante da trajetória que tínhamos". Ele contou que colocou uma consultoria privada em grandes secretarias, como Educação e Saúde, para reduzir desperdícios.
O governador não deu números, mas disse que também houve um leve superávit em 2016, mesmo com a crise econômica nacional e o acidente da Samarco em Mariana (MG), que além dos danos ambientais prejudicou a economia capixaba. "A Samarco tem quatro usinas pelotizadoras no Espírito Santo e até hoje elas não voltaram a funcionar. Isso tem peso na nossa economia", comentou.
O político e economista ressaltou que o principal problema dos Estados é a folha de pagamento e a questão da Previdência, que precisará ser endereçado em breve.
Sobre o cenário nacional, ele disse que o quadro de recessão é doloroso, mas ao menos permite um amplo debate para repensar o Brasil. "Se conseguirmos unir o País numa direção, convencer a sociedade a abraçar uma agenda de reformas estruturais, que criará condições para as pessoas viverem melhor nos próximo anos, isso será extraordinário".
Em relação ao governo do seu correligionário Michel Temer, Hartung disse que a administração federal tem qualidades, dialoga bem com as instituições, mas ainda não tem força para conversar com a sociedade. "Isso, indiscutivelmente, é um ponto franco. Precisa ser pensado".
Segundo ele, há no Brasil um "vazio brutal" de lideranças. "Vai aparecer alguém do nada para nos conduzir? Para o bom caminho não, para um caminho ruim, seguramente. Para arranjar um Donald Trump verde e amarelo está mole", afirmou, criticando o viés populista que atinge parte do mundo desenvolvido atualmente..