Cunha será interrogado por Sérgio Moro na Lava-Jato nesta terça-feira

A audiência está marcada desde dezembro e será a primeira vez que o deputado cassado falará no processo em que é réu por corrupção

Juliana Cipriani
Segundo a defesa, Cunha vai responder todas as perguntas de Moro - Foto: Lula Marques

O  ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) responderá perguntas do juiz Sérgio Moro nesta terça-feira, em Curitiba, no processo em que é réu, acusado de receber propina da Petrobras. O interrogatório faz parte da Operação Lava-Jato, que o prendeu preventivamente desde outubro do ano passado, e está confirmado para 15 h na Sede da Justiça Federal, na 13ª Vara.

Será a primeira vez que Eduardo Cunha estará frente a frente com o juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava-Jato no âmbito da 1ª instância. A audiência foi marcada em dezembro, depois que foram ouvidas as testemunhas do caso.

Última testemunha de defesa do deputado cassado, o advogado José Tadeu Chiara, prestou depoimento no dia 14 de dezembro. Ele falou sobre os “trusts” em audiência acompanhada por Cunha.

Corrupção

O ex-presidente da Câmara é acusado dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O motivo são as contas mantidas secretamente na Suíça, que teriam sido abastecidas com dinheiro da Petrobras.

O advogado de Cunha, Marlus Arns, disse à Agência Brasil que o deputado vai responder às perguntas do juiz Sérgio Moro, apesar de ter o direito ficar calado.
“É um interrogatório que ele não deve permanecer em silêncio. Temos trabalhado cotidianamente no preparo das respostas às acusações que lhe foram imputadas”, afirmou.

Delação premiada

A defesa, porém, informa que não há nenhuma sinalização de que Cunha possa aderir a uma delação premiada.

Cunha está no Complexo Médico Penal de Curitiba. É acusado de receber propina no valor de R$ 5 milhões em um contrato para compra de um campo de petróleo pela Petrobras no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

O ex-deputado está preso desde 19 outubro 2016. O MP pediu a prisão preventiva por causa de contas dele não identificadas no exterior e da sua dupla nacionalidade, que lhe facilitaria uma eventual fuga.

O processo contra o ex-deputado foi aberto no Supremo Tribunal Federal, mas passou para Sérgio Moro depois que ele perdeu o foro privilegiado. (Com informações da Agência Brasil)..