O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar os senadores Romero Jucá (PMDB/RR) e Renan Calheiros (PMDB/AL), o ex-presidente da República José Sarney (PMDB/MA) , e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado. Eles são suspeito de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato.
A suspeita surgiu com o vazamento de uma conversas gravadas por Sérgio Machado com Sarney, Renan e Jucá. Nessa conversas, foram discutidas formas de "estancar a sangria" provocada pela Operação Lava-Jato. As conversas foram vazadas em maio do ano passado. A gravação teria sido feita em março do ano passado, semanas antes de a Câmara dos Deputados votar pela admissibilidade do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT/RS).
Na época, recém-nomeado ministro do0 Planejamento, Jucá acabou pedindo exoneração do cargo. A gravação em poder da Procuradoria-Geral da República teria 1h15 de duração. Por meio de sua assessoria, o ministro Jucá disse que o diálogo mantido com o ex-presidente da Transpetro dizia respeito a um pacto para "destravar a economia do país". Ele negou que a conversa dissesse respeito à Lava-Jato.
Gravação
Na gravação, Jucá disse, sem citar nomes, disse que tinha conversado com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a necessidade de brecar as investigações da Lava-Jato. Para o hoje ministro do Planejamento, o governo de Michel Temer deveria criar um pacto nacional com o STF com esse objetivo de parar a Lava-Jato.
Em outro trecho da conversa, Machado disse que Jucá e aliados estariam na mira do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Ele (Janot) está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho... Ele (Janot)acha que sou o caixa de vocês", disse Machado, em um trecho da gravação.
Jucá é citado em delação premida do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor delatou a participação de Jucá em recebimento de propina efetuado por empreiteiras beneficiadas por contratos na Petrobras. Machado também foi citado por Paulo Roberto Costa ainda no início da Lava-Jato. Na ocasião, ele perdeu o cargo que ocupou na Petrobras por dez anos.