Espírito Santo tem 95 homicídios desde o início da greve da polícia

Presidente do Sindicato dos Policiais Civis diz que houve ordem para parar de atualizar os números

Estado de Minas
O número de mortes violentas na Grande Vitória subiu para 95 nesta quarta-feira, segundo informou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, Jorge Leal.
Segundo ele, as planilhas deixaram de ser atualizadas nesta manhã. “Estou recebendo a informação de policiais de que houve a determinação para que parassem de atualizar os dados. Não foi uma ordem explícita, mas uma ordem velada que partiu do governo. Estamos tentando obter os dados extraoficialmente”, afirmou Leal.

Ainda de acordo com o presidente do sindicato, 60 carros foram roubados ou furtados até o meio-dia de terça-feira. Na véspera, tinham sido 200. A média diária para o estado é de 20 veículos roubados.

Com o número de mortes registradas em cinco dias (95), o total de óbitos chegaria a 6.935 em um ano nesse ritmo, o que colocaria o Espírito Santo na condição de duas vezes mais perigoso do que o país mais inseguro do mundo, que é Honduras, com 84,5 homicídios por 100 mil habitantes.
No estado capixaba essa taxa, anualizada, passa de 170 mortes violentas por 100 mil habitantes.

Jorge Leal esteve ontem no velório do investigador Mário Marcelo Albuquerque, de 44 anos, morto na terça-feira, em Colatina, noroeste do Espírito Santo Ele e um colega chegavam à localidade de Baunilha, quando viram um homem sofrendo assalto. Albuquerque reagiu e foi atingido.

A região de Colatina também está sem policiamento por causa do motim da PM. “A culpa não é da paralisação dos policiais militares, mas dessa política do governo, de não valorizar a Segurança Pública”, disse Leal.

Pétalas de rosas lançadas de um helicóptero em meio a uma chuva fina que caía sobre o Cemitério Jardim da Paz, na cidade de Serra, na Grande Vitória, serviram como última homenagem a Mario Marcelo, que era conhecico como Marcelinho. (Com agências).