Para Velloso, o próximo ministro, qualquer que seja ele, não vai tomar nenhuma "decisão contrária" à operação. Ele destacou que a Polícia Federal tem "grande grau de autonomia" e o Ministério Público é "reconhecidamente" uma instituição independente e autônoma. Disse ainda que, em relação às ações da Lava Jato, há o controle feito pelos tribunais superiores. "(A operação) é algo que vem sendo conduzida dentro da normalidade judiciária", disse.
O ex-ministro disse não ter sido sondado por Temer - a quem disse conhecer há 40 anos - ou por qualquer outra pessoa do governo para assumir a pasta. Ele admitiu, entretanto, estar recebendo "manifestações generosas" de pessoas que o defendem para o cargo.
Perguntado se entre os defensores estaria o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), mineiro como Velloso, ele preferiu não "mencionar nomes".
Perguntado se aceitaria o convite, caso efetivamente seja feito por Temer, o ex-presidente do Superior Tribunal Federal esquivou-se: "Sobre esse aspecto, não devo me manifestar.
Velloso disse que, quando se aposentou, tinha 51 anos de serviço público prestado, quase 40 dos quais na magistratura. Aos 81 anos, acredita já ter dado a sua contribuição ao serviço público. "Hoje estou empenhado na advocacia, na consultoria e na elaboração de pareceres, atividades que têm muito me agradado", considerou.
Afirmou que considera um "grande criminalista" Antônio Claudio Mariz de Oliveira, amigo de Temer - tido ainda como um dos nomes mais fortes para assumir a pasta - de quem se disse, inclusive, grande admirador. Entretanto, não quis comentar as críticas que Mariz fez à Lava Jato ano passado e se isso poderia ser um empecilho para ele ocupar a Justiça. Afirmou não ter lido o "conteúdo dessas críticas".
O advogado acrescentou que há também outros bons nomes sendo cotados para o cargo, como o dos ex-ministros do STF Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie e Nelson Jobim..