O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, que também foi à capital capixaba, por sua vez, afirmou que o Planalto mobilizará a base do governo no Congresso para vetar qualquer projeto de lei para anistiar policiais capixabas. A Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo já indiciou 703 praças pelo crime de revolta (insubordinação em conjunto e armada) e, caso sejam condenados nos tribunais militares, apenas uma lei de anistia aprovada pelo Congresso poderia livrá-los da punição.
Horas depois do apelo do ministro, grupos de policiais começaram a patrulhar as ruas. Mas as mulheres continuaram acampadas em frente ao quartel central da corporação, em Vitória, impedindo a saída dos PMs.
O acordo previa que os PMs voltariam ao trabalho às 7h de ontem, mas o grupo de mulheres permanecia diante do portão do batalhão impedindo a saída. Uma fila de carros particulares com PMs fardados se formou na rampa de saída, pelo lado de dentro do batalhão, mas nenhum conseguiu sair.
Na sexta-feira à noite, presidentes da Associação de Cabos e Soldados (ACS), da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM e Bombeiro Militar (Asses), do Clube dos Oficiais e Associação dos Bombeiros Militares (ABM) assinaram documento que previa o fim do movimento.
O major Rogério Fernandes Lima, do Clube dos Oficiais, alegou que as associações estavam com dificuldade de diálogo com as mulheres do movimento. Após o anúncio, as mulheres dos PMs negaram o acordo. “Esse encontro foi entre as associações de policiais. Mas a paralisação é das mulheres. Nós não participamos dessa negociação. Continuaremos aqui”, afirmou uma das lideranças do movimento, que se identifica apenas como Gilmara.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que também foi a Vitória, disse que estuda pedir a federalização do crime de motim. O objetivo seria evitar o “aquartelamento das forças estaduais”.
Bom senso
O governador em exercício do Espírito Santo, César Colnago, pediu “bom senso” e também apelou para que os policiais militares voltassem ao trabalho, após reunião com o ministro Raul Jungmann. “Está demonstrado que a intransigência não é nossa, a falta de diálogo não é nossa. Estamos do lado da sociedade”, afirmou Colnago. .