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Estado de Minas

Governo reage e ameaça punir PMs grevistas

Grupo de militares voltou às ruas após apelo do ministro da Defesa aos 'bons policiais', mas mulheres continuaram bloqueando quartéis. Projeto de anistia a amotinados pode ser barrado


postado em 12/02/2017 06:00 / atualizado em 12/02/2017 07:27

Licurgo (primeiro à direita) pediu apuração de suas denúncias, sentado ao lado de Terrão (segundo à direita) (foto: Tania Rego/Agencia Brasil/Divulgacao )
Licurgo (primeiro à direita) pediu apuração de suas denúncias, sentado ao lado de Terrão (segundo à direita) (foto: Tania Rego/Agencia Brasil/Divulgacao )
Vitória – A insistência das mulheres dos policiais militares em descumprir o acordo fechado na noite de sexta-feira entre governo e grevistas para pôr fim à greve provocou dura reação do Palácio do Planalto. O ministro da Defesa, Raul Jungmann foi a Vitória e apelou aos policiais militares paralisados para que fossem para as ruas” e às mulheres para não levarem “seus  companheiros a uma armadilha”, em referência à onda de violência que assola o Espírito Santo. “Existem policiais que querem trabalhar. Existem policiais hoje mantidos em situação de detenção. Para estes, eu quero falar que venham para as ruas e venham cumprir seu juramento”, disse Jungmann.

O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, que também foi à capital capixaba, por sua vez, afirmou que o Planalto mobilizará a base do governo no Congresso  para vetar qualquer projeto de lei para anistiar policiais capixabas. A Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo já indiciou 703 praças pelo crime de revolta (insubordinação em conjunto e armada) e, caso  sejam condenados nos tribunais militares, apenas uma lei de anistia aprovada pelo Congresso poderia livrá-los da punição.

Horas depois do apelo do ministro, grupos de policiais começaram a patrulhar as ruas. Mas as mulheres continuaram acampadas em frente ao quartel central da corporação, em Vitória, impedindo a saída dos PMs. Assim, a cidade policiamento ruim, mesmo após o anúncio de acordo entre o governo e quatro associações da Polícia Militar, realizado no início da noite de sexta-feira.

O acordo previa que os PMs voltariam ao trabalho às 7h de ontem, mas o grupo de mulheres permanecia diante do portão do batalhão impedindo a saída. Uma fila de carros particulares com PMs fardados se formou na rampa de saída, pelo lado de dentro do batalhão, mas nenhum conseguiu sair.

Na sexta-feira à noite, presidentes da Associação de Cabos e Soldados (ACS), da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM e Bombeiro Militar (Asses), do Clube dos Oficiais e Associação dos Bombeiros Militares (ABM) assinaram documento que previa o fim do movimento.

O major Rogério Fernandes Lima, do Clube dos Oficiais, alegou que as associações estavam com dificuldade de diálogo com as mulheres do movimento. Após o anúncio, as mulheres dos PMs negaram o acordo. “Esse encontro foi entre as associações de policiais. Mas a paralisação é das mulheres. Nós não participamos dessa negociação. Continuaremos aqui”, afirmou uma das lideranças do movimento, que se identifica apenas como Gilmara.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que também foi a Vitória, disse que estuda pedir a federalização do crime de motim. O objetivo seria evitar o “aquartelamento das forças estaduais”.

Bom senso

O governador em exercício do Espírito Santo, César Colnago, pediu “bom senso” e também apelou para que os policiais militares voltassem ao trabalho, após reunião com o ministro  Raul Jungmann. “Está demonstrado que a intransigência não é nossa, a falta de diálogo não é nossa. Estamos do lado da sociedade”, afirmou Colnago.     


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