Milhares de moradores de Vitória fizeram a Caminhada pela paz, na orla da Praia de Camburi. Com cartazes, camisas e balões brancos, os capixabas pediram a volta dos policiais ao patrulhamento, depois de oito dias de paralisação. Com o retorno gradativo dos policiais, pelo menos 875 foram ontem para as ruas do estado, que já contam com a presença das Forças Armadas e da Força Nacional. Com isso, a sensação de segurança voltou.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, informou que o objetivo do ato era fazer que as famílias voltassem a ocupar os espaços públicos da capital. “A vida no Espírito Santo é a cidade ocupada pelas famílias, os capixabas nas praias, andando de bicicleta, caminhando. É importante que essas imagens rodem o mundo e mostrem que os capixabas superaram a semana de trevas que passamos”.
Ele informou também que hoje será retomada grande parte das atividades da rede municipal de ensino, das unidades de saúde e das repartições públicas. “A ideia é que a gente vá voltando ao normal gradativamente. A presença de mais de 5 mil pessoas na caminhada mostra que este é um sentimento de todos: queremos retomar nossas vidas”.
Aos poucos, os capixabas começam a voltar à rotina. Praias, bares e restaurantes ficaram mais cheios no fim de semana. Mesmo com receio, os moradores saíram de casa. O casal Carlos Henrique Ribeiro e Camila Lélis, ambos de 57 anos, acompanhado da neta Ana Júlia, de 2 anos, participou da caminhada para retomar a sensação de tranquilidade que sempre teve na capital. “Estou me sentindo bastante tranquilo. Se não estivesse, não traria minha neta para a rua”, disse Ribeiro, que é procurador do estado e não pôde trabalhar na semana passada porque os órgãos do Judiciário permaneceram fechados.
“Ficamos aquartelados. Fomos obrigados a isso”, resumiu Camila, em alusão ao aquartelamento dos policiais nos quartéis devido ao movimento grevista. “Hoje estou sentindo uma sensação de liberdade, de poder exercer meu direito de ir e vir. Tenho esperança de voltar à nossa rotina normal amanhã”.
“Ficamos aquartelados. Fomos obrigados a isso”, resumiu Camila, em alusão ao aquartelamento dos policiais nos quartéis devido ao movimento grevista. “Hoje estou sentindo uma sensação de liberdade, de poder exercer meu direito de ir e vir. Tenho esperança de voltar à nossa rotina normal amanhã”.
Homicídios
O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo informou que foram registrados 147 homicídios no estado desde o dia 4, quando o motim começou. O maior número de mortes violentas ocorreu na segunda-feira passada (40). A Secretaria de Segurança Pública informou que 875 policiais atenderam ao chamado operacional e se apresentaram para trabalhar ontem(Sesp). Mesmo com o retorno de alguns PMs às ruas, mulheres continuam em frente a batalhões. Na Grande Vitória, 250 policiais retomaram o patrulhamento ontem. Em dias normais, dois mil policiais militares fazem o patrulhamento em todo o estado.
Policiais de várias unidades, incluindo cavalaria e polícia ambiental, se apresentaram diretamente nos locais determinados pela corporação sem passar pelos quartéis para evitar o bloqueio feito na entrada dos batalhões pelo movimento de mulheres acampadas, em protesto por melhorias salariais. A maior parte dos policiais que estão retornando ´é de oficiais e praças que estavam de férias e de folga e que estão sendo convocados.
MANIFESTAÇÕES DE PARENTES
No Rio de Janeiro, as manifestações de parentes de policiais militares em frente aos batalhões da corporação continuaram ontem. Pela manhã, familiares montaram uma tenda na entrada do Batalhão de Choque no Estácio, Centro do Rio, impedindo a entrada e saída dos PMs. Iniciada na sexta-feira, a mobilização é pelo pagamento do 13º salário, do Regime Adicional de Serviço (RAS) Olímpico e das metas atrasadas.
A filha de um policial do do Batalhão de Choque que participa do ato, que não quis se identificar, disse que a mobilização vai continuar e que, desde sexta-feira, ninguém sai do batalhão com farda, portanto, sem uniforme para trabalhar.
A PM informou que grupos de familiares de policiais se concentraram na frente de 27 unidades, mas houve bloqueios apenas em quatro batalhões: 3º BPM (Méier), 6º BPM (Tijuca), 20º BPM (Mesquita) e 40º BPM (Campo Grande). Mas, segundo a nota, mesmo com o impedimento de entrada e saída de viaturas, o policiamento é normal nessas localidades.
“Não existe paralisação da PM e sim mobilização de familiares, iniciada pelas redes sociais. A corporação está atenta às manifestações e conscientizando a tropa da importância da presença policial nas ruas. O patrulhamento está sendo realizado normalmente, bem como as trocas de turnos. As rendições, quando necessárias, são realizadas no lado externo e locais que apresentaram maiores problemas estão com apoio de outras unidades”, informou a nota.
“Não existe paralisação da PM e sim mobilização de familiares, iniciada pelas redes sociais. A corporação está atenta às manifestações e conscientizando a tropa da importância da presença policial nas ruas. O patrulhamento está sendo realizado normalmente, bem como as trocas de turnos. As rendições, quando necessárias, são realizadas no lado externo e locais que apresentaram maiores problemas estão com apoio de outras unidades”, informou a nota.