O prefeito Alexandre Kalil (PHS) afirmou nesta terça-feira, por meio das redes sociais, que a auditoria nas contas das empresas de ônibus da capital mineira será “acompanhada pelos vereadores e movimentos sociais”. A determinação do prefeito atende a uma reivindicação dos parlamentares, que cobram transparência na análise dos gastos com transporte público em Belo Horizonte.
Segundo a PBH, os detalhes sobre como os movimentos sociais e a Câmara participarão da auditoria serão apresentados nas próximas semanas. A prefeitura informou que resultado do levantamento nos gastos com transporte deve ser divulgado ainda este ano. A abertura da “caixa-preta” das empresas de ônibus é uma antiga demanda de vários movimentos sociais, como o Tarifa Zero, que fez várias manifestações cobrando a transparência nos gastos e a redução do preço da passagem em BH.
Por meio das redes sociais, o movimento Tarifa Zero cobra desde o anúncio da auditoria a participação no “pente-fino”. “Cabe lembrar que uma suposta auditoria, depois chamada de ‘verificação independente’ foi feita em 2014, por uma empresa terceirizada, mas não resultou em nada. Por isso, demandamos da PBH e da BHTrans que incluam uma comissão de participação popular na licitação para a auditoria. Uma comissão paritária, com membros da sociedade civil, técnicos e Poder Legislativo, para impedir que as conversas da auditoria se deem apenas entre empresas e prefeitura”, alertou o movimento por meio de nota.
Após Kalil anunciar, no início do mês, um pente-fino nas contas das empresas, vários vereadores cobraram a participação do Legislativo na apuração dos dados. “A gestão passada do Marcio Lacerda fez um levantamento que não serviu para nada.
Encontro adiado A reunião entre o prefeito e os secretários municipais com os vereadores que estava marcada para a tarde de hoje foi desmarcada. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o encontro foi adiado por problemas na agenda tanto dos vereadores quanto dos secretários.
O encontro já tinha sido marcado inicialmente para a quinta-feira da semana passada, quando seria feito um café da manhã entre os membros do Executivo e do Legislativo. Mas acabou remarcado para hoje. Na Câmara Municipal alguns vereadores subiram o tom das críticas ao prefeito e ao vice-prefeito e secretário de governo Paulo Lamac nos últimos dias, criticando nomeações feitas para a PBH.
O tema da redução do preço da passagem de ônibus também foi motivo de desgaste entre Kalil e os vereadores. Os parlamentares fizeram uma abaixo-assinado, com 35 assinaturas, pedindo que o prefeito revogasse o aumento de 9,4% da passagem até que fosse concluída a auditoria nas empresas de ônibus – a proposta pedia que o valor de R$ 4,05 fosse cancelado e voltasse a ser de R$ 3,70. Kalil recusou a redução do preço, afirmou que não iria “rasgar contratos” e que o problema era de “teor demagógico”.
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