"Fui pessoalmente conversar com ele. Fiz um apelo para que ele retirasse e ele já retirou, não consta mais no sistema", afirmou Eunício Oliveira ao jornal O Estado de S.Paulo.
O receio do presidente da Casa era de que, com um possível avanço da proposta, ele fosse acusado de estar legislando em causa própria, uma vez que seria um dos beneficiados.
No início da tarde, ao ser questionado sobre qual encaminhamento daria à PEC, Eunício Oliveira afirmou que desconhecia o texto. "A presidência não pode impedir que senadores apresentem projeto. No caso específico, o senador desconhece a proposta", disse Eunício Oliveira, por meio da assessoria.
O anúncio de Jucá da criação da PEC ocorre em seguida à homologação das delações de executivos da Odebrecht e na iminência de quebra de sigilo de parte das investigações. Segundo relatos de outros senadores, desde o início da semana, Jucá tem procurado parlamentares para colher assinaturas para poder protocolar o projeto. Para começar a tramitar, a PEC precisa da assinatura de pelo menos 27 senadores.
Caso aprovada, a PEC pode ser usada como vedação constitucional pela defesa de Michel Temer no julgamento da cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, o projeto também serve de blindagem ao deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e ao senador Eunício Oliveira que, embora não sejam investigados, são citados nas investigações da Lava Jato.