Nome preferido pelo presidente Michel Temer (PMDB) para suceder o ministro licenciado Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Velloso, defendeu, na manhã desta quinta-feira, o fim do foro privilegiado para políticos. Para o magistrado aposentado, o julgamento somente pela Corte Máxima do país é uma “excrescência”.
“O foro privilegiado, o nome está dizendo não é republicano. Ele privilegia grupos de pessoas e isso não pode existir em uma República”, afirmou em entrevista na manhã desta quinta-feira à rádio Jovem Pan. Segundo ele, por mais que se esforce, o STF “não tem vocação para julgar ações penais originárias”. “Isso tem que acabar, no que depender de mim, farei tudo para isso”, disse.
Levantamento divulgado nesta quinta-feira pela FGV Direito Rio mostra que menos de 1% dos investigados no STF são condenados.
Carlos Velloso disse, ainda, que a confirmação para o Ministério da Justiça deverá sair depois da sabatina de Moraes no Senado, marcada para terça-feira.
O ex-presidente do STF já se movimenta para ir para a Esplanada dos Ministérios. Ele disse estar fazendo consultas com seus clientes – ele atua como advogado. “Não pode deixar assim o cliente, tem que esclarecer que não seria uma saída permanente. Seria por um espaço de tempo para ajudar o Brasil”, disse.
Na entrevista, o ex-ministro do STF disse que, se seu nome for confirmado para a pasta sua preocupação será com a segurança. Ele cogita chamar o ex-secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro,José Mariano Beltrame, para sua equipe. Mais uma vez, Velloso disse que a Lava-Jato é intocável por qualquer ministro ou autoridade da República. “Ela está passando o Brasil a limpo”, afirmou..