O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), sofreu na semana passada sua primeira derrota na Câmara Municipal. Ao tentar aprovar um projeto do Executivo que criaria o Fundo Municipal do Esporte e Lazer, com recursos destinados a políticas públicas de esporte na capital mineira, a prefeitura não conseguiu o número de votos necessários e o projeto foi rejeitado. Em entrevista na Rede TV, na noite de sexta-feira, Kalil admitiu que “ainda está trombando com a Câmara” neste início de governo, mas avaliou que chegará a um “denominador comum” em breve. “Porque tem gente do bem querendo fazer o bem. E com gente do mal querendo fazer o mal nós não vamos conversar”, afirmou o prefeito.
O então líder de governo, vereador Gilson Reis (PCdoB), chegou a afirmar que já tinha os 21 votos necessários para aprovar o texto, mas faltaram dois votos e o texto foi derrubado. Logo em seguida, Gilson anunciou que faria uma lista com o nome dos vereadores que afirmaram que apoiariam o texto e depois mudaram de ideia. A fala foi recebida como uma ameaça pelos parlamentares, que subiram o tom das críticas e deixaram o clima tenso, com troca de ofensas entre os vereadores.
“Não vale dizer que os responsáveis pelas regionais serão nomeados após consulta com os vereadores de cada regional e depois, em uma canetada, empregar sogra de deputado federal. Como secretário de Governo, o vice-prefeito está sendo uma tragédia.
A insatisfação de alguns parlamentares surtiu efeito e, dois dias depois, o líder de governo entregou o cargo a Kalil. Gilson Reis deixou a articulação criticando a postura de alguns vereadores, que pressionaram a prefeitura por cargos na administração municipal. E rebateu também os ataques feitos por Azevedo no plenário. “Gabriel tem origem naquela ‘Turma do Chapéu’, do PSDB, que ficou mamando no governo do estado por 12 anos. Talvez ele queria continuar construindo sua história política assim, fazendo ameaças em troca de favores do Executivo”, disse Reis.
O projeto de reforma administrativa, com previsão de extinção das nove regionais, promete ser um novo ponto de atrito. É nas regionais que, tradicionalmente, vereadores conseguem emplacar seus apadrinhados.
A nova estrutura da PBH
Principais mudanças previstas no projeto de reforma administrativa que o prefeito Alexandre Kalil vai enviar à Câmara Municipal
Órgãos autônomos: passam de 7 para 2
Como era
Assessoria de Comunicação
Assessoria Policial Militar
Procuradoria
Coordenação Executiva/BH Metas e Resultados
Gabinete do prefeito
Gabinete do vice-prefeito
Controladoria
Como fica
Procuradoria
Controladoria
Secretarias municipais:
passam de 22 para 13
Extinção das nove regionais
As regionais passam a ser secretarias-adjuntas da Secretaria de Governo
Empresas
Remodelagem da Belotur, BHTrans, Prodabel e Urbel
Fonte: Prefeitura de BH