Três dos 16 deputados estaduais petistas, porém, querem levar a decisão para o Diretório Estadual da legenda. Assim, esperam ganhar tempo para mobilizar a militância contra o apoio a Macris. "Cauê e o pai dele (o deputado federal tucano Vanderlei Macris) são conhecidos pela militância antipetista", disse o deputado José Américo Dias, que integra o grupo dissidente petista, ao lado de Carlos Neder e João Paulo Rillo.
Aos 33 anos, Macris é um dos maiores adversários do PT no Estado. Em setembro do ano passado, o deputado publicou artigo no jornal Folha de S. Paulo, no qual diz que o "PT e seus associados", entre eles, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), "agem como um bandido que, ao furtar a carteira de alguém, grita 'pega ladrão'".
Proporcionalidade
O líder do PT na Assembleia Legislativa, José Zico Prado, disse que a decisão da bancada ainda não foi tomada, mas confirmou que a maioria defende o apoio ao tucano. "Ainda não tem uma posição, mas a maioria defende a proporcionalidade garantida nas urnas", afirmou.
Proporcionalidade é o critério pelo qual são escolhidos os cargos na Mesa Diretora da Alesp. Graças a isso, o PT tem mantido a 1.ª Secretaria, posto mais importante depois da presidência.
A 1.ª Secretaria tem, atualmente, 57 pessoas ocupando cargos de comissão.
"Estamos discutindo a participação em comissões e outros postos que nos permitam fazer oposição ao governo Alckmin." Os "rebeldes" da bancada petista contestam o argumento. "O PT só tem este aparato porque faz oposição conciliadora", afirmou o deputado Rillo. .