Mas Yunes alegou que não viu o conteúdo. Apesar da afirmativa, o advogado negou que tenha atuado como operador dos recursos de campanha do PMDB. "Nunca operei dinheiro de campanha para o PMDB. Nego peremptoriamente que recebi dinheiro para a campanha do PMDB", reiterou, ironizando que se isso fosse verdade, conforme relatos de delatores da Operação Lava Jato que Padilha teria sido o destinatário de R$ 4 milhões em caixa dois para a campanha, "o dinheiro não iria em um envelope, mas num caixa forte".
Yunes disse que conversou nessa quinta-feira, 23, pessoalmente com o presidente Michel Temer e falou sobre o depoimento espontâneo que fez à Procuradoria-Geral da República sobre o imbróglio, em razão da delação premiada de Claudio Melo, lobista da Odebrecht que disse que ele teria recebido dinheiro vivo em seu escritório de advocacia, em São Paulo. Segundo ele, Temer não demonstrou preocupação com o fato e lhe disse que "o melhor é sempre contar a verdade".
Na entrevista à Rádio Estadão, Yunes não quis tecer comentários sobre o ministro Eliseu Padilha. Falou apenas que ele deve ter mesmo se afastado para cuidar da saúde. Padilha pediu "licença médica informal" para operar a próstata no período do carnaval. "Não faço juízo de valor sobre Padilha", afirmou o advogado.