"Não vejo essa possibilidade, porque há uma divisão muito clara entre os movimentos que defenderam o impeachment, a favor de uma economia de mercado, e os que são contra o governo hoje. Acho difícil uma oposição de esquerda participar de uma manifestação em defesa da Lava Jato, que eles tanto criticam", diz Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL).
Segundo Kataguiri, apesar de eventuais divergências, os grupos estão unidos na luta contra a corrupção, as tentativas do Congresso Nacional de "melar" a Lava Jato e a renovação do atual sistema político. "Se alguma liderança de esquerda fizer a convocação de uma manifestação para o mesmo dia, nós vamos pedir para mudar a data", diz.
Para Rogerio Chequer, fundador e líder do Vem Pra Rua, as pesquisas mostram que a maior parte da sociedade "não aguenta mais Lulas, Sarneys, Renans e Lobões". "As manifestações não serão para detonar o governo Temer, mas contra a corrupção, a impunidade e em defesa da renovação da política velha", afirma.
Sobre o bate-boca entre os jornalistas Reinaldo Azevedo e Joice Hasselmann por causa dos protestos, Chequer afirma ser "muito triste" ver pessoas que pensam de forma parecida "bater cabeça".