Ao prestar depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quarta-feira, o empresário Marcelo Odebrecht afirmou que repassou R$ 15 milhões ao senador Aécio Neves (PSDB), na campanha presidencial de 2014, de maneira oficial.
O empresário disse ainda no depoimento que a distribuição do dinheiro foi organizada por Sérgio Neves, funcionário da Odebrecht em Minas Gerais e hoje delator do grupo baiano, e Oswaldo Borges, apontado como tesoureiro informal da campanha tucana.
Na ocasião, Aécio passava por um momento delicado. A ex-senadora Marina Silva disparara nas pesquisas e ele caiu para o terceiro lugar nas intenções de voto. Marcelo relatou ainda que tratou pessoalmente com o tucano de pedidos de aporte para sua campanha.
Em nota, a Assessoria de Imprensa de Aécio Neves argumentou que o senador “solicitou, como dirigente partidário, apoio para inúmeros candidatos de Minas e do Brasil a diversos empresários, sempre de acordo com a lei”.
“Como já foi divulgado pela imprensa, o empresário Marcelo Odebrecht, que dirigia a empresa, declarou, em depoimento ao TSE, que todas as doações feitas à campanha presidencial do senador Aécio Neves em 2014 foram oficiais”, diz trecho da nota.
A assessoria do PSDB disse, em nota, que só recebeu doações oficiais da empreiteira e que "em nenhum momento Marcelo Odebrecht disse ter feito qualquer contribuição de caixa 2 à campanha eleitoral do partido em 2014, o que ficará demonstrado após o fim do sigilo imposto às declarações".