Coluna do Baptista

Baptista Chagas de Almeida
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Silêncio ensurdecedor, mas é só por enquanto


Se continuar assim, não vai sobrar pedra sobre pedra, ou melhor, mandato sobre mandato diante de julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Só não foi semana passada porque no meio do caminho tem a Odebrecht, tem a Odebrecht no meio do caminho. Mas o ministro do TSE, Herman Benjamin, não permitiu que os depoentes na ação que trata da cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer continuassem a citar outros políticos, caciques em seus partidos, até ex-presidente da República, como Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Se não fosse coisa séria, é certo que seria piada pronta. Ação apresentada pelo PSDB fazia acusação de abuso de poder. Aliás, abuso de poder tanto político quanto econômico. Daí a piada pronta. Para ficar mais claro: a Odebrecht não economizou nas propinas aos políticos.

Os processos, no plural mesmo, envolvendo a Odebrecht fazem voltar alguns anos no tempo, nem tanto assim, poucos anos. “A Operação Lava-Jato é algo que hoje é uma conquista nacional. Não há como minimamente imaginar que se possa interferir.

Até porque, os seus resultados são necessários para que nós passemos a limpo de vez este país, responsabilizando aqueles que, criminosamente, terminaram por nos conduzir a essas dificuldades todas que nós estamos enfrentando”.

A frase é do ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR). Vale alguns registros: ele foi o relator da CPMI (mista, que inclui deputados e senadores, daí o M) dos Correios. Lembram-se? É aquela que investigou denúncias de corrupção na estatal e deu origem, para continuar as investigações, ao mensalão, que dispensa apresentações.

Bem, vale apresentar um único nome. Talvez os mais jovens, os que se interessam por política, até saibam quem é Roberto Jefferson (PTB-RJ). Por falar nele, melhor ressaltar que ninguém é perfeito. Osmar Serraglio é amigão do peito de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados, preso em Curitiba por causa da Operação Lava-Jato. Não confundir com a do mensalão. Mas ambas tratam da mesma coisa: a corrupção não parou. Até quando será assim neste país que ataca o bolso do contribuinte?

“Vamos ajudar a Dilminha”

“O que não pode é a suspeição generalizada.” As frases são do presidente estadual do PDT, deputado Mário Heringer, em relação ao presidente nacional do partido, Carlos Lupi. Heringer contesta a delação da Odebrecht envolvendo o PDT e lembra que Lupi apoiou a candidatura de Dilma antes mesmo do PT e nada recebeu em troca. Ressaltou ainda que o presidente pedetista busca é “espaço (leia-se cargos) no governo, faz política”.

Nossa! Que fortuna!
E olha que site que publicou a recente matéria ainda fez questão de registrar que os “dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação”. Quais? Resposta rápida: a informação é que “o governo federal gastou R$ 20.279,65 em reparos e na manutenção do Palácio da Alvorada para receber a família Temer, que atualmente mora no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República”. Ah! E ainda deu informação errada.
“Para receber”? Temer vai morar com a família é no Jaburu. Acha mais aconchegante.

Me poupe
O Palácio da Alvorada passou por pequenas reformas, como “parte elétrica, de marcenaria e refrigeração”, de acordo com nota oficial do governo. Agora, R$ 20 mil de manutenção para residência de presidentes da República, haja gasto “exorbitante”.

Primeiro...

...nomeia, depois descansa. Agenda do presidente Michel Temer (PMDB) para amanhã: “Despachos internos”. Uai, será que vem novo ministro por aí? Vale explicar. Na quinta-feira, com a agenda também sendo “despachos internos”, o presidente Temer nomeou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) como chanceler, ministro das Relações Exteriores. Ah! Na sexta-feira, ontem e hoje a agenda era “sem compromissos oficiais”. Não teve ministro.

Elas fazem falta
Que falta faz notícias nesta temporada pós-carnaval. Tem site que dá destaque e, na capa, alega que “Corte de cargos comissionados anunciado por Temer atinge mais mulheres que homens”. Dos 21.384 cargos DAS de maio de 2016, 12.281 (57,43%) eram ocupados por homens e 9.103 por mulheres (42,57%), está na notícia.
Ou seja, proporcionalmente, o corte de mulheres foi mesmo muito maior. “Foram cortados 1.104 cargos ocupados por mulheres e 1.039 ocupados por homens”. Em números absolutos dá 65 a mais de mulheres. O que falta mesmo é mais mulheres no governo.

PINGAFOGO

Todos os 33 vereadores que estavam presentes foram mais educados. Votaram para derrubar o veto do ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) ao projeto que mandava ter campanhas educativas a respeito da proteção da saúde do homem.

E na sexta-feira, implicaram com o prefeito Alexandre Kalil (PHS). Querem “informação detalhada” sobre quanto a Belotur investiu no carnaval 2017. Então vou detalhar antes do ofício: o carnaval de BH fez o maior sucesso.

É propaganda da Globonews, com o título “Política no Brasil”. Só que tem mais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do que políticos propriamente ditos. Então, não dá para resistir. O título deveria ser ‘polícia’ no Brasil.

A notícia original no link do Twitter de Marcus Pestana (PSDB-MG) era “Chico Buarque e outros 400 intelectuais pedem a Lula que lance candidatura imediatamente”. Óbvio que à Presidência no ano que vem.

O curioso é que o e-mail informa: “Marcus Pestana’s Tweet was featured in the News”. O significado de featured é dado destaque especial, a atenção, ou publicidade. Não entendi o deputado tucano, daí a curiosidade.

 

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