Pela segunda vez, em menos de um mês, a homofobia entrou na pauta da Câmara Municipal em uma briga entre dois vereadores de Belo Horizonte. Desta vez, também houve acusação de machismo. O novo bate-boca foi protagonizado pelos vereadores Gilson Reis (PCdoB) e Gabriel Azevedo (PHS) e o motivo foram indicações de cargos na Prefeitura de Belo Horizonte.
Os dois já vinham se estranhando há algum tempo na Câmara Municipal e, nesta terça-feira, Gilson Reis exibiu em plenário um vídeo em que um comissionado da Prefeitura declara apoio e pede voto para Gabriel Azevedo. Segundo Azevedo, no momento que as imagens passavam no telão, ele chamou Alberto Lage de “viadinho” e de “namoradinho” do parlamentar. Gilson Reis, por sua vez, acusou Azevedo de machismo por ele ter lhe dado, também nesta terça-feira, uma coleira, em alusão ao episódio em que a modelo Luma de Oliveira usou o acessório com o nome do então marido Eike Batista, hoje preso na Operação Lava-Jato.
Gabriel Azevedo usou sua página para lamentar o episódio e dizer que apresentou Alberto Lage a Kalil no início do ano, mas que não o indicou. “O vereador Gilson Reis ao invés de atacar o aparelhamento do governo por parte do (vice-prefeito) Paulo Lamac, inventa mentiras para defender seu aliado usando a homofobia como escudo. É lamentável isso por parte de alguém que parecia defender os direitos humanos. Era apenas fachada quando lhe convinha”, afirmou.
Alberto Lage, o comissionado em questão, postou um texto dizendo que foi convidado pelo próprio prefeito Alexandre Kalil para compor o govenro e nele divulgou imagem de conversa que teve com Gilson Reis se justificando e dizendo que, inclusive, não estava namorando ninguém. No print há uma resposta de Gilson Reis dizendo "Olha que a informação que tenho é que você tá namorado (sic)", replicou no post o vereador do PCdoB.
Já o vereador Gilson Reis publicou o vídeo de apoio do comissionado de Kalil em sua página dizendo que a indicação seria uma mostra do que Gabriel Azevedo faz nos bastidores. “Ele me entregou uma coleira, segundo ele, para lembrar Luma de Oliveira, destacando um caso que agride a imagem da mulher como se fosse uma piada, um desrespeito lamentável, em especial, uma dia antes do dia internacional da mulher”, afirmou. Segundo o vereador, o colega atacou o decoro e a luta das mulheres com “misoginia e machismo”.
Sobre a coleira, Gabriel azevedo disse ter dado o “presente” por considerar que Gilson Reis seria um “mascote” do vice-prefeito. À noite, Gilson Reis negou ter feito qualquer coisa que remetess a "posicionamento homofóbico" e disse que vai entrar com um processo por quebra de decoro contra Gabriel Azevedo na Câmara. Na Justiça, ele afirma que acionará o colega por calúnia e difamação.
'Mariquinha'
O vereador Jair di Gregório (PP), acusado de homofobia por uma discussão com Gilson Reis na sessão de 13 de fevereiro, por tê-lo chamado de mariquinha, não perdeu a oportunidade de se manifestar. Pelas redes sociais, disse que chamou Reis de mariquinha por fazer fofoca e que o comunista agora prova “do próprio veneno”.