José Filho foi citado no depoimento de Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, como responsável por operacionalizar o suposto repasse de R$ 4 milhões ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Citado 34 vezes na delação de Melo à Lava Jato, José Filho também seria o responsável pelo envio de valores ao ex-assessor especial da Presidência José Yunes por meio do operador Lucio Funaro. Em entrevistas Yunes admitiu ser servido de "mula involuntária" para Padilha ao receber um pacote que deveria ser entregue ao ministro.
Segundo pessoas que tiveram acesso ao depoimento de Melo ao TSE, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht disse que José Filho recebeu um telefonema em tom ríspido do então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato, cobrando R$ 1 milhão dos R$ 4 milhões destinados a Padilha. Claudio Melo disse, no depoimento ao TSE, ter informado Padilha sobre o telefonema e que o ministro disse que resolveria a questão pessoalmente com Cunha.
Também na sexta-feira o TSE fará uma acareação entre três testemunhas, o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, Melo Filho e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, ex-funcionário da Odebrecht. O objetivo é esclarecer versões conflitantes sobre o jantar no Jaburu. Marcelo Odebrecht disse ao TSE que Temer deixou o jantar antes que fosse acertado o repasse de R$ 10 milhões ao PMDB, por meio de Padilha.
Já Claudio Melo reafirmou à Justiça Eleitoral o teor de sua delação na qual disse que Temer "solicitou direta e pessoalmente" ao ex-presidente da empreiteira apoio financeiro às campanhas do PMDB. A reportagem solicitou posicionamento à assessoria de Eliseu Padilha..