Não foi só o presidente Michel Temer (PMDB) que cometeu uma gafe em seu discurso no dia da mulher. Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado estadual João Leite (PSDB) agradeceu nesta quarta-feira (8) à deputada Geisa Teixeira (PT), que presidia a sessão em homenagem às mulheres, por ser do tipo “silenciosa”. O vídeo com a fala está circulando nas redes sociais.
“Eu queria agradecer a paciência da presidente Geisa Teixeira, tão amável. Gostei desse modelo de mulher na Mesa: educada, amável, silenciosa”, afirmou. Na sequência, João Leite disse que queria guardar o restante do tempo de pronunciamento que tinha para outra reunião e pediu o encerramento de plano, garantindo a continuidade de sua fala em outra ocasião.
A deputada Geisa Teixeira então terminou a reunião e convocou uma nova para o dia seguinte. A reunião foi aberta pelo 2º vice-presidente Dalmo Ribeiro (PSDB) mas, em homenagem ao dia da mulher, foi dada a oportunidade a mulheres sem cargo na Mesa de presidir a sessão.
Má vontade
A presença de mulheres na Mesa é assunto de uma Proposta de Emenda à Constituição apresentada em 2015 (PEC 16/2015). Apesar da pressão das mulheres para que o assunto entre na pauta de plenário, até hoje a matéria não foi votada. Ela chegou a estar em pauta mas não foi apreciada por falta de quorum. em dezembro, as mulheres acusaram a má vontade dos homens sobre o projeto. A PEC garante a presença de pelo menos uma mulher na Mesa Diretora, que tem sete vagas, todas ocupadas por homens.
O deputado João Leite foi procurado para comentar o caso mas ainda não retornou ao Estado de Minas.
Do lar
Também no dia da mulher, o presidente Michel Temer foi bastante criticado por seu discurso, no qual ressaltou a importância da mulher no lar, como responsável por limpar a casa, cuidar dos filhos e ir ao supermercado.
“Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela, do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar, do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher”, afirmou.