São Paulo, 09 - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu a criminalização de propinas doadas a políticos em campanhas eleitorais "disfarçadas" de doações legais aprovadas pela Justiça Eleitoral. A declaração demonstra concordância com decisão do Supremo Tribunal Federal de tornar réu esta semana o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) por receber doação legal de R$ 500 mil "disfarçada" de propina. O partido do governador tem nomes citados em delação de ex-executivo da Odebrecht como beneficiários de propinas por meio de caixa 2.
A decisão do STF de aceitar a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro preocupa os bastidores do poder. Parlamentares acusam o STF de querer "criminalizar" as doações legais.
Dersa
O governador disse ainda que não tem "nenhuma" preocupação sobre a possibilidade de o ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, fechar acordo de delação com o Ministério Público Federal. O nome de Paulo Preto é citado pelo operador financeiro Adir Assad, que propôs um acordo de delação premiada à Lava Jato no qual afirma ter repassado cerca de R$ 100 milhões para o ex-diretor da Dersa, entre 2007 e 2010, na gestão José Serra (PSDB) no governo de São Paulo. "Na minha gestão, ele não ocupou nenhum cargo de direção. Foi funcionário", disse Alckmin.