A convocação foi aprovada em uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, presidida por ele. Para não fugir a pauta da comissão, ele pede que o vice se explique sobre as indicações para áreas ligadas ao tema dos direitos humanos. A convocação foi aprovada por unanimidade com o apoio dos vereadores Áurea Carolina (PSOL), Juninho Los Hermanos (PSDB) e Mateus Simões (Novo).
Azevedo está em pé de guerra com Lamac por causa de nomeações, principalmente para as administrações regionais, espécie de subprefeituras, muito cobiçadas entre os políticos. A principal crítica de Azevedo e de outros vereadores é que Lamac estaria realizando nomeações políticas no Executivo, contrariando uma promessa do prefeito Alexandre Kalil (PHS) de não aceitar esse critério para o preenchimento de cargos.
Aliado do prefeito e do vice durante a campanha, Azevedo tem dito que Lamac nomeou cerca de cem pessoas, incluindo militantes da Rede e pessoas ligadas ao seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa. Antes de se eleger vice-prefeito, ele foi deputado estadual.
A disputa pelas nomeações chegou a provocar uma baixa na gestão Kalil. O vereador Gilson Reis (PCdoB) deixou há cerca de um mês a liderança depois de atrito com os vereadores, entre outros motivos, pela condução das conversas envolvendo cargos. Desde então, Kalil está sem líder no legislativo municipal.
O prefeito também já foi derrotado pela sua base em projetos de seu interesse por causa dessas nomeações. Só essa semana, os vereadores derrubaram ois vetos importantes de Kali, o que previa metrô até a meia noite e o que exigia mais transparência nos gastos com publicidade. Todos tinham sido vetados por Kalil.
Nas redes sociais, Azevedo disse que não pretende “perder tempo debatendo com qualquer vereador que seja escalado para defender o vice-prefeito nessa Câmara Municipal seja qual for o interesse dessa aliança. Isso lamentavelmente tem nivelado o diálogo por baixo”. Segundo ele, além de ser questionado sobre as nomeações que tem feito em áreas afeitas à comissão que presido, terá de explicar de “forma transparente qual o impacto das suas decisões nas políticas públicas cuja fiscalização é de competência dessa mesma comissão”.
Calça jeans
Hoje, durante a sessão plenária, logo após a aprovação da convocação, Gabriel Azevedo teve a palava cortada pelo presidente, vereador Henrique Braga (PSDB), sob o argumento de que estava de calça jeans, o que é proibido pelo regimento interno da Câmara durante as reuniões dos vereadores. A decisão provocou uma discussão e a sessão foi encerrada rapidamente. .