Temer, Lula e Dilma brigam por paternidade de obra

A disputa entre os ex-presidentes Lula e Dilma, de um lado, e Temer, do outro, envolve a transposição do Rio São Francisco

Iracema Amaral
- Foto: Beto Barata/PR - Roberto Stuckert Filho/ PR - Yasuyoshi Chiba

As obras da transposição do Rio São Francisco acabou virando alvo de disputa entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, de um lado, e o presidente Michel Temer, do outro.

Que governo tem o direito levar os louros por beneficiar cidades afetadas pela seca e, agora, podendo viver uma outra realidade? Em cerimônia, nesta sexta-feira, para a entrega do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio, na Paraíba, Temer disse que a paternidade da obra deve ser credita "ao povo".

"Esta é uma obra pensada desde o tempo do império e executada nos últimos governos. É por isso que ambos Lula e Dilma, com a delicadeza e civilidade que devem presidir as relações políticas, disseram que quem terminou a obra foi o Temer, mas que isto passou por vários governos, que merecem o aplauso de todos", disse Temer.

Em contrapartida, os ex-presidentes Lula e Dilma começaram o debate um dia antes de Temer participar da cerimônia na Paraíba. Ambos reivindicam o mérito pela obra ter começado e concluída, em grande parte, em seus respectivos governos. Lula em sua página no Facebook postou fotos dele e de Dilma em meio às obras de transposição do rio.

"Muita gente disse que era impossível fazer a transposição do rio São Francisco. Quem estava no poder estudava, estudava, mas nada fazia. Até que Lula foi lá e fez", postou o ex-presidente. Para em seguida lembrar que as obras começaram em 2007, durante o seu segundo mandato.

"A água começou a chegar a Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Serão 12 milhões de pessoas beneficiadas em 390 municípios.
São 470 km de canais, túneis, aquedutos e barragens", listou Lula.

A ex-presidente Dilma usou o seu site para registrar dados. "Os governos Lula e Dilma empenharam 92,40% e pagaram 87,50% da execução do projeto de integração do São Francisco, antes do golpe de 2016", diz a nota. Ela já havia dito que 86,3% das obras estavam concluídas até abril do ano passado, um mês antes de Dilma ser afastada da Presidência. .