Genebra – A ex-presidente Dilma Rousseff admitiu que cometeu um “grande erro” ao promover ampla desoneração fiscal no país. Em Genebra, na Suíça, para participar de debates e seminários, a brasileira foi questionada se era capaz de assumir erros e se estava arrependida de alguma decisão que tomou quando foi presidente do Brasil.
Segundo a petista, uma das acusações feitas a ela é a de ter mantido uma política fiscal “mais frágil”. “Fiz uma grande desoneração, brutalmente reduzimos os impostos”, disse. “Ali fiz um grande erro.”
Parte das políticas de Dilma chegou a ser condenada na Organização Mundial de Comércio, como a redução de IPI para empresas automobilísticas e fabricantes de eletrodomésticos. Apesar de reconhecer o erro, ela disse que as razões da crise econômica foram “subestimadas”.
“Todos sabem que, na metade de 2014, houve queda significativa dos preços das commodities. Isso afeta a arrecadação do Brasil e nossa balança comercial”, disse a presidente cassada. Sobre o aumento da inflação, citou até a ameaça de desabastecimento de água em São Paulo, mas negou a acusação de que sua gestão tenha promovido uma “gastança”.
“Numa crise, todos precisam pagar. Mas quem paga? Um pato de seis metros de altura foi colocado nas manifestações, dizendo: eu não pago o pato. Mas quem colocou o pato? O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). O que quer dizer isso? Eu não pago impostos. Eu só quero cortes e mais cortes”, criticou Dilma.Segundo ela, o impeachment ainda estaria ligado a propostas que ela tinha de elevar a tributação. “Meu impeachment também foi por não pagar o pato e o pato eram os impostos”, disse.